QUINCAS BERRO-D’ÁGUA
Fui ver o filme,extraído do livro de Jorge Amado,”A Morte de Quincas Berro-D’Água e me encantei.
Trata-se de uma produção muito bem feita e,dentro das limitações,fiel ao texto impresso.
A estória do senhor de classe média alta e família tradicional que trocou uma “vidinha de merda” como ele mesmo dizia pela esbórnia,chutando o pau da barraca,tem muito a ver com o espírito baiano,incapaz de carregar cangas ou cangalhas,livre e irreverente pela própria natureza.
Seus companheiros de copo,o Cabo Martim,o sempre romântico e donzelo Curió,o Pastinha, o atrapalhado Pé de Vento,trazem cada um deles um pouco da alma baiana manimolente e arteira,extraindo a alegria de viver da pobreza e das humilhações ,dos problemas com a polícia e com a sociedade,dita,estabelecida.
As imagens do Centro Histórico,a Bahia de outrora,que também aparece no meu novo livro,são lindas de viver,inclusive o pôr do sol no Farol,seja da Barra ou Mont-Serrat.
As trapalhadas de Quincas e sua turma pelas ladeiras da velha cidade são hilárias. Não faltam confusões nos terreiros e bares,no fracassado enterro de Comendador,na estupefação da família,lutando para encobrir a real estória do malfadado parente.
A cena final,do Quincas discursando ,caindo de bêbado ,atracado à estátua de Castro Alves,na praça do mesmo nome é antológica.
Pausa para admirar o trabalho dos atores ,perfeitos nos seus papéis,e a correta direção de Sérgio Machado(Cidade Baixa).
Elenco:
Paulo José (Quincas Berro D'Água)
- Marieta Severo (Manuela)
- Mariana Ximenes (Vanda)
- Vladimir Brichta (Leonardo)
- Flávio Bauraqui (Pastinha)
- Irandhir Santos (Cabo Martim)
- Luís Miranda (Pé de Vento)
- Frank Menezes (Curió)
- Othon Bastos (Alonso)
- Walderez de Barros (Tia Marisa)
- Mílton Gonçalves (Delegado Morais)
- Carla Ribas (Otacília)
- Germano Haiuti (Tio Eduardo)
- Eurico Brás (Agenor)
- Angelo Flávio (Zico)
- Maria Menezes (Lolita)