My boss, My Hero - Novelas Japonesas melhores que as nossas!
Você sabe quais as diferenças que existem entre de um “Drama” japonês, uma “Novela Brasileira” e de uma “Soup Opera” americana? A básica diferença é a ATENÇÃO na hora da PRODUÇAO das séries e a quantidade de capítulos que nos prendem.
Nas novelas Brasileiras que estamos carecas de ver, as pessoas mudam sempre o roteiro de acordo com a audiência, são longas, cansativas e sempre previsíveis. Isso não parece ocorrer nas produções orientais, pois as historias parecem ser lineares (opostas as nossas produções nacionais, né pessoal?)
E quanto as Soup Operas americanas, estas não passam de novelas ralas como sopas divididas em “seasons” ou temporadas, que sempre tem um mesmo assunto: policial ou comedia (um nunca é mesclado com outro de forma certa).
No primeiro item, ou seja nos Doramas japoneses, os capítulos são de tamanhos razoáveis (alguns até da mesma extensão de filmes) mas não passam de 13 partes exibidas uma vez por semana sempre com boas doses de humor, drama e MUITA lição de vida e moral (dadas de forma muito gostosa de se ver). Também chamamos este gênero de filmagens de DORAMAS devido a forma engraçada e peculiar dos japoneses pronunciarem a palavra “drama” (novela). Outra coisa legal é que podemos ver nossos cantores favoritos sempre nas novelinhas japas, pois além de cantar, os cantores jpop também atuam nessas series.
Que fique bem claro que não tenho paciência de ver Novela Brasileira e “Soup Opera”, mas me apaixonei pela maneira “japa” de fazer novelinhas exatamente porque os produtores lá da terrinha dos olhos puxados sabem dosar bem as fórmulas de sorriso, lagrimas e pensamentos filosóficos em todas historias que vi até hoje.
Bem... como meu chefinho mandou (e eu sei obedecer ele com carinho) aqui estou para falar de uma serie de TV japonesa rodada em 2006 com 10 capítulos que possui muitos elementos diferentes em sua composição: My boss, My Hero.
Por acaso você já imaginou como deve ser um herdeiro da lendária e organizada gangue dos Yakuzas? Que tal se eu já adiantasse que o herdeiro que descreverei mal consegue somar usando os dedos, mas possui a força suficiente para derrubar 20 homens?
Aticei a imaginação para quem gosta de series de ação? Então some ao seu mosaico de idéias a burrice de um cara de 27 anos com a inocência e a inexperiência de um menino de 7 anos, viciado em pudim e cigarros.
Imaginou?
Acho que cutuquei o ponto de quem curte séries de comédia, então podemos começar a tecer nossa rede de palavras, onde pretendo lhe prender por alguns minutos. Não se esqueçam que eu sou uma aranha ardilosa em minhas artimanhas aqui.
O que é preciso para ser o sucessor do Big Boss Yakuza: Músculos ou Cérebro? A pequena série “My Boss, My Hero” equilibra em todos os momentos o peso do conhecimento e o peso da força do personagem principal.
Sakaki Makio é um homem de 27 anos de idade ao qual tem que se passar por um estudante de terceiro ano de 17 anos em uma tradicional escola japonesa chamada St. Agnes para se tornar um chefe Yakuza. Disfarçar os vícios em bebida, cigarro e pudim é um dos pequenos obstáculos que Makky (apelido carinhoso dado pelos amigos) tem que enfrentar em seus 3 semestres na escola, seus esforços e caretas (que é um dos pontos forte da comedia) nos rendem bons momentos de risos.
Para o jovem Makky não é difícil disfarçar sua idade física, tendo em vista que a idade mental dele não é avançada; mas disfarçar sua força e pavio curto é uma lição que ele aprende aos poucos.
Em uma sala de aula mais problemática até que ele mesmo, Makio reúne amigos e muitas encrencas como representante de classe. Eu tenho que admitir que o garoto tem espírito de liderança, afinal de contas, ele consegue transformar uma sala de aula apática e egoísta, em um grupo unido.
Muitos detalhes banais da vida quotidiana de um estudante são tratados de forma sarcástica e bem humorada. Inclusive relacionamentos, problemas com provas, notas e professores. Será que isto não lhe traz alguma nostalgia? Eu me lembrei de muitos dias na escola! Acho que você também lembrará ao ver a serie!
Um dos trechos que eu mais me divirto é o momento da ginástica Agnes feita na frente de todo o colégio: este é um castigo aplicado nos alunos que chegam atrasados.
Tecnicamente a organização deste DORAMA foi feita com muito carinho. As músicas de abertura e encerramento são ótimas e empolgantes. A forma com que cada capítulo é encerrado é inteligente, ou seja, nos faz assistir a todos os créditos e ouvir as canções sem nos cansarmos, pois a historia continua enquanto sobem os créditos.
“My Boss, My Hero” não tem esse nome por acaso. Sakaki Makio, além de sonhar ser o chefão Yakuza, ainda se passa por salvador da molecada do colégio, quando resolve vestir a roupa de um super-herói infantil e enfrentar um grupo de arruaceiros que ataca seus amigos de escola. Isso sem falar em suas façanhas e aprendizados com a turminha colegial, o que não deixam de ser coisas de herói (e algumas vezes de anti-herói também! Não se esqueçam que ele é um gangster).
Nunca pensei que um grupo organizado de Yakuzas poderiam ser tão atrapalhados como o mostrado. Makio é cercado por seus fieis escudeiros em todos momentos, mas ele sempre sabe se sair bem, pelo menos em comedia.
Se vocês achavam que eu não ia comentar algo sarcástico, estavam enganados. Prestem atenção na primeira pessoa que Makio conversa na escola e na forma com que ele se expressa. O jovem chefe de gangue ignora as doces e meigas palavras de uma japinha linda que se senta ao seu lado (Umemura Hikari) e se vira para puxar papo com o colega do outro lado (Sakurakoji). O relacionamento de Makio e seu colega de classe Sakurakoji Jun me parece um tanto estranho. Em certos momentos sentimos um clima “amais” entre ambos.
Nesse instante brilha o letreiro de “aviso” da Nisa Benthon: Cuidado pessoal! Sakurakoji é um meninO e não uma meninA. O nome e a feição do garoto me confundiram no primeiro capitulo. Mas como eu tenho tendência a encontrar relacionamentos homossexuais em muitas historias, deixo para vocês avaliarem meu ponto de vista e me darem sugestões, ok?
Foi produzido na Coréia o filme com o mesmo nome do qual originou o dorama japonês. O longa metragem é bem mais violento e sabemos que a cultura da Coreia é bem diferente da japonesa. Neste filme a opção de Sakurakoji é realmente mais contestável ainda que na versão japonesa.
Falando dos demais personagens da história de forma sucinta: O diretor da escola é um homem “mil e uma utilidades” que observa tudo, se faz quase “onipresente” e ainda é o único que sabe dos segredos de Makio. É impagável ver o cara andando para cima e para baixo com roupa de jardineiro durante a serie. Ele também é o pai da professora Minami Yuriko, a típica e estereotipada professora de matemática, também chamada de “cara de ferro”.
Kazuya é um carequinha atrapalhado que é como um irmão mais novo para Makio. É quem borda e costura a serie toda. E, de longe, quem mais me fez rir! Depois descobri que o ator é um comediante ativo no Japão.
O personagem do pai de Makio se transforma ao longo da série: de um chefão durão, ele aos poucos se torna um pai real, sempre guiado pelo “pajem” Kuroi Teruyuki (quem mais faz papel de pai na vida do garoto Sakaki Makio do que o pai verdadeiro). As dificuldades familiares de cada personagem e da própria família Yakuza é bem ilustrada na historia.
Uma marca fiel do drama “My boss, My hero” é a dedicação e energia desprendida do personagem principal e de seus colegas (tanto de escola quanto de gangue) para unir forças e atingir pequenos objetivos que, no final, se tornam grandes triunfos.
Nessa onda contagiante, até a professora cheia de regras se entrega a suas paixões e as de sua turma.
A série mostra claramente o conflito do mundo “clássico dos antigos” com o “mundo dos jovens”. É um enredo onde pequenas lições escolares se tornam grandes lições de vida, e se incorporam em momentos de grandes conflitos.
Adorei a pequenas frases de efeito que surgem da boca de alguns personagens. Muitas delas podemos usar para nós mesmos neste ano que se inicia. O drama que teci comentário hoje para vocês mostra que todos nós podemos ter segredos, mas isso não nos impede de sermos autênticos e naturais em nossas vidas.
Fica aqui uma frase que eu adorei, dita pela enfermeira da escola Mizushima Tsubaki: “Não tire os olhos de seus defeitos, pois rankings são passageiros. O que importa é o quanto você se divertiu no caminho ate sua chegada”
http://www.youtube.com/watch?v=zT8AYBMXpFo
Clipe com os atores da serie. O cantor é Sakaki Makyo ^^
Beijos em sua alma!