CHICO XAVIER
Queria ter redigido este texto ontem, aniversário do Chico, mas, demasiadamente exausta após compras de ovos de chocolate e tumulto dentro de shopping antes de enfim entrar com meus dois filhos no cinema, não encontrei forças nem inspiração para tanto. E para redigir sobre Chico Xavier sem inspiração melhor que se fique quieta, que se espere a hora oportuna.
Bem... começo pelo fim, falando da nossa chegada. Entrando em casa, a primeira atitude foi telefonar para minha mãe, sempre reclusa como pequena ermitã - promovendo eletrizante e grande alarido:
- Escute uma coisa, se prepare para setembro... mês de primavera, uma maravilha, porque não tem jeito: você vai ver Nosso Lar comigo e as crianças! Vai ver! Nem quero saber de desculpas!
E me pus a narrar para ela sobre o trailer que, extasiada, assisti antes do filme do Chico - do filme que será lançado em setembro, cujo título é justo o do primeiro livro da série do espírito de André Luiz, médico desencarnado, psicografado também por Chico Xavier.
Amigos! Sem nenhum receio de estar exagerando, uma sublimidade! O trailer já nos permite antever: um filme majestoso, de beleza ímpar, retratando a bela cidade do espaço situada sobre o Rio de Janeiro - em nada deixando a dever às maiores produções estrangeiras a que estamos acostumados, e não me refiro aqui somente à parte tecnológica, porque apenas isto, naquele simples trailer, quase me arranca aplausos veementes! É porque do todo já pressinto um trabalho artístico muitíssimo inspirado, sobretudo fidelíssimo às descrições contidas na obra por escrito, desta colônia espiritual paradisíaca de onde, aliás, o nosso Chico deve estar agora zelando por nós.
Mas agora vamos ao filme do Chico.
Queridos, façamos justiça: que trabalho mais sublime, tocante, cheio de inspiração e de mensagens articuladas com a linguagem da alma, e endereçadas diretamente às almas! Que homenagem mais justa, digna, àquele que todos quereríamos como alguém próximo, irmão dileto, pai amoroso ou filho pródigo, e que aprendemos a estimar como o mentor espiritual de todo o Brasil!
De tudo visto, da infância sofrida temperada pelas imagens doces dos diálogos com o espírito da mãe desencarnada (a bela Letícia Sabatela) até as paisagens singelas e bucólicas de Pedro Leopoldo em Minas; das aparições oportunas do altivo espírito de Emmanuel, ora austero, ora mesmo irônico ou humorístico durante a longa convivência com o tutelado em missão na matéria, ficou-me em relevância ao enlevo das impressões o fenômeno estranho produzido pela presença do ator Nelson Xavier no papel do próprio Chico: ao final, a sensação é de que fora o Chico, mesmo, em carne e osso, quem comparecera às filmagens. Ainda agora, aqui, durante a redação desta resenha, é o que se sobressaí, sobre tudo mais - a impressão estranha de que ouvira mesmo fora a voz, e vira a imagem, do querido e saudoso mestre - tamanha a fidelidade da aparência, da interpretação, enfim, como se, somando-se ao talento consagrado de Nelson Xavier, Chico houvera de algum modo incorporado o ator produzindo tamanha excelência em sua atuação!
Ah, Chico! Quanta doçura, misturada ao saudosismo da melancolia e da certeza de que outro assim nos demorará a comparecer nos cenários espiritualistas do país - sem desmerecer os confrades que de alma idônea e sincera labutam diariamente nas lides de nosso movimento! Mas é que deixaste a todos meio órfãos da luz intensa, inqualificável, da sua presença material entre nós! Órfãos, todos os necessitados do corpo e do espírito que em romaria infinita compareciam a Pedro Leopoldo em busca de lenitivo para as suas agruras! Órfãos os que obtinham alimento para o espírito através do lume incomparável das mensagens contidas nas obras que psicografaste dos seus eméritos mentores! Órfãos da sua ternura, deste quê misterioso de sua personalidade que encantava e encantará para sempre a todos nós, e certamente aos que vierem a tomar contato com a luz de seu espírito!...
Órfãos!...
Para os que já conheciam sua história, ou nem tanto, ou dela nada conheciam, impossível assistir a Chico Xavier sem se emocionar com o virtuosismo da esmerada produção, que vem materializar diante de nossos olhos os fatos principais da vida deste homem ímpar! Diante das interpretações de veteranos como Nelson Xavier, Toni Ramos, Cristiane Torloni, Ângelo Antônio dentre muitos de nossos melhores atores, vemos desfilar fatos tristes quanto pitorescos, impressionantes quanto surpreendentes de sua longa trajetória de vida entre nós. Os atendimentos sucessivos em Pedro Leopoldo, as cartas psicografadas, incontáveis, cada uma delas provocando comoção indescritível nos parentes ansiosos que vinham de longe atrás da esperança de um lenitivo, de uma notícia que fosse daqueles que haviam feito a passagem e cuja ausência os dilacerava para além do que podiam suportar. As incompreensões, difamações e perseguições de que fora alvo desde a época difícil da mediunidade aflorada ainda na infância. O pitoresco episódio da peruca - doce viés de vaidade, exibida em notas humorísticas de seus diálogos com o encantador Emmanuel! Suas curas espirituais através de sessões de desobsessão. E caridade e bondade, e caridade e bondade, caridade e bondade - para com tudo, para com todos! - até o último de seus minutos entre nós!
Nunca anteriormente vira o imenso cinema da rede knoplex, no shopping Tijuca, lotado de cima abaixo como ontem - com uma ou duas pessoas, de resto, vendo o filme de pé, nas laterais! E ao final, após as imagens emocionantes do saudoso médium orando o Pai Nosso, ao término do programa de entrevistas Pinga Fogo (de cujos relatos de Chico foram extraídas muitas das cenas do filme), ao contrário do que supus esperando talvez aplausos clamorosos, tudo o que vi da seleta platéia lotada foi reverente silêncio.
- Muito obrigado... finalizava Chico, ele mesmo, na grande tela adiante.
E o público que lotara o cinema neste dia de estréia saía reverente, em boa ordem. Alguns em lágrimas. Todos em paz.
Grata, Chico!
Queria ter redigido este texto ontem, aniversário do Chico, mas, demasiadamente exausta após compras de ovos de chocolate e tumulto dentro de shopping antes de enfim entrar com meus dois filhos no cinema, não encontrei forças nem inspiração para tanto. E para redigir sobre Chico Xavier sem inspiração melhor que se fique quieta, que se espere a hora oportuna.
Bem... começo pelo fim, falando da nossa chegada. Entrando em casa, a primeira atitude foi telefonar para minha mãe, sempre reclusa como pequena ermitã - promovendo eletrizante e grande alarido:
- Escute uma coisa, se prepare para setembro... mês de primavera, uma maravilha, porque não tem jeito: você vai ver Nosso Lar comigo e as crianças! Vai ver! Nem quero saber de desculpas!
E me pus a narrar para ela sobre o trailer que, extasiada, assisti antes do filme do Chico - do filme que será lançado em setembro, cujo título é justo o do primeiro livro da série do espírito de André Luiz, médico desencarnado, psicografado também por Chico Xavier.
Amigos! Sem nenhum receio de estar exagerando, uma sublimidade! O trailer já nos permite antever: um filme majestoso, de beleza ímpar, retratando a bela cidade do espaço situada sobre o Rio de Janeiro - em nada deixando a dever às maiores produções estrangeiras a que estamos acostumados, e não me refiro aqui somente à parte tecnológica, porque apenas isto, naquele simples trailer, quase me arranca aplausos veementes! É porque do todo já pressinto um trabalho artístico muitíssimo inspirado, sobretudo fidelíssimo às descrições contidas na obra por escrito, desta colônia espiritual paradisíaca de onde, aliás, o nosso Chico deve estar agora zelando por nós.
Mas agora vamos ao filme do Chico.
Queridos, façamos justiça: que trabalho mais sublime, tocante, cheio de inspiração e de mensagens articuladas com a linguagem da alma, e endereçadas diretamente às almas! Que homenagem mais justa, digna, àquele que todos quereríamos como alguém próximo, irmão dileto, pai amoroso ou filho pródigo, e que aprendemos a estimar como o mentor espiritual de todo o Brasil!
De tudo visto, da infância sofrida temperada pelas imagens doces dos diálogos com o espírito da mãe desencarnada (a bela Letícia Sabatela) até as paisagens singelas e bucólicas de Pedro Leopoldo em Minas; das aparições oportunas do altivo espírito de Emmanuel, ora austero, ora mesmo irônico ou humorístico durante a longa convivência com o tutelado em missão na matéria, ficou-me em relevância ao enlevo das impressões o fenômeno estranho produzido pela presença do ator Nelson Xavier no papel do próprio Chico: ao final, a sensação é de que fora o Chico, mesmo, em carne e osso, quem comparecera às filmagens. Ainda agora, aqui, durante a redação desta resenha, é o que se sobressaí, sobre tudo mais - a impressão estranha de que ouvira mesmo fora a voz, e vira a imagem, do querido e saudoso mestre - tamanha a fidelidade da aparência, da interpretação, enfim, como se, somando-se ao talento consagrado de Nelson Xavier, Chico houvera de algum modo incorporado o ator produzindo tamanha excelência em sua atuação!
Ah, Chico! Quanta doçura, misturada ao saudosismo da melancolia e da certeza de que outro assim nos demorará a comparecer nos cenários espiritualistas do país - sem desmerecer os confrades que de alma idônea e sincera labutam diariamente nas lides de nosso movimento! Mas é que deixaste a todos meio órfãos da luz intensa, inqualificável, da sua presença material entre nós! Órfãos, todos os necessitados do corpo e do espírito que em romaria infinita compareciam a Pedro Leopoldo em busca de lenitivo para as suas agruras! Órfãos os que obtinham alimento para o espírito através do lume incomparável das mensagens contidas nas obras que psicografaste dos seus eméritos mentores! Órfãos da sua ternura, deste quê misterioso de sua personalidade que encantava e encantará para sempre a todos nós, e certamente aos que vierem a tomar contato com a luz de seu espírito!...
Órfãos!...
Para os que já conheciam sua história, ou nem tanto, ou dela nada conheciam, impossível assistir a Chico Xavier sem se emocionar com o virtuosismo da esmerada produção, que vem materializar diante de nossos olhos os fatos principais da vida deste homem ímpar! Diante das interpretações de veteranos como Nelson Xavier, Toni Ramos, Cristiane Torloni, Ângelo Antônio dentre muitos de nossos melhores atores, vemos desfilar fatos tristes quanto pitorescos, impressionantes quanto surpreendentes de sua longa trajetória de vida entre nós. Os atendimentos sucessivos em Pedro Leopoldo, as cartas psicografadas, incontáveis, cada uma delas provocando comoção indescritível nos parentes ansiosos que vinham de longe atrás da esperança de um lenitivo, de uma notícia que fosse daqueles que haviam feito a passagem e cuja ausência os dilacerava para além do que podiam suportar. As incompreensões, difamações e perseguições de que fora alvo desde a época difícil da mediunidade aflorada ainda na infância. O pitoresco episódio da peruca - doce viés de vaidade, exibida em notas humorísticas de seus diálogos com o encantador Emmanuel! Suas curas espirituais através de sessões de desobsessão. E caridade e bondade, e caridade e bondade, caridade e bondade - para com tudo, para com todos! - até o último de seus minutos entre nós!
Nunca anteriormente vira o imenso cinema da rede knoplex, no shopping Tijuca, lotado de cima abaixo como ontem - com uma ou duas pessoas, de resto, vendo o filme de pé, nas laterais! E ao final, após as imagens emocionantes do saudoso médium orando o Pai Nosso, ao término do programa de entrevistas Pinga Fogo (de cujos relatos de Chico foram extraídas muitas das cenas do filme), ao contrário do que supus esperando talvez aplausos clamorosos, tudo o que vi da seleta platéia lotada foi reverente silêncio.
- Muito obrigado... finalizava Chico, ele mesmo, na grande tela adiante.
E o público que lotara o cinema neste dia de estréia saía reverente, em boa ordem. Alguns em lágrimas. Todos em paz.
Grata, Chico!