Hanami - Cerejeiras em Flor
De uma beleza e sensibilidade pouco vista no cinema contemporâneo, Hanami - Cerejeiras em Flor, é seguramente um dos melhores filmes lançados em 2009. A trama tem início quando Trudi Argermeier (Hannelore Elsner) descobre que o seu marido Rudi Argermeier (Elmar Wepper) está com uma doença terminal e lhe restam poucos meses de vida. Ela o convence então a fazer uma viagem juntos. Primeiro vão rever seus filhos na Alemanha para, em seguida, conhecer o Japão e o Monte Fugi, sonho antigo de Trudi.
Esteticamente perfeito, com uma fotografia deliciosa, o longa-metragem consegue colocar sentimentos como a dor, a cumplicidade, a recuperação do tempo perdido e a finitude da vida de uma maneira leve, sensível, divertida e repleta de poesia. Nesse sentido, se aproxima bastante do filme japonês A Partida, que conquistou o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro no ano passado. Porém, o grande mote de Hanami é justamente a concretização e reparação dos nossos desejos e isso é feito de uma forma belíssima pela diretora alemã Doris Dörrie.
O filme é divido nitidamente em duas partes. A primeira acontece na Alemanha, com destaque para a dor, o sofrimento, a desesperança e o abismo existente entre pais e filhos. Estes últimos, estão tão imersos em suas próprias vidas que não tem tempo para desfrutar da companhia de seus pais. Duas gerações friamente equidistantes.
Na segunda parte, que acontece no Japão, a poesia e os simbolismos tomam forma. O país nipônico transforma-se em uma espécie de redenção. A flor cerejeira que dá nome ao filme refere-se a uma linda metáfora sobre efemeridade da vida. Embora a segunda metade da trama se prolongue mais do que o necessário, o belo roteiro, fotografia e trilha fazem com que o espectador continue magnetizado pelo que é apresentado na tela. A atuação do protagonista Elmar Wepper é algo de excepcional. Impossível não ser tocado por uma das histórias mais sensíveis e emocionantes do cinema atual
Nota: 8,5
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