ANTICRISTO: ISSO SIM, É UM FILME CHOCANTE!
O filme Anticristo do controverso diretor Lars Von Trier pode não ser o melhor filme em sua filmografia e nem um dos melhores do ano, mas com certeza, irá encabeçar a lista dos filmes mais violentos e polêmicos da historia do cinema. Não, não é exagero. Se você é uma pessoa normal - nesse contexto, essa palavra significa que se a pessoa não é um cinéfilo, não conhece o diretor e muito menos seus trabalhos anteriores, adora filmes de terror com crianças pálidas, ou meninas cabeludas, no qual o mal perde no final e tudo acaba no "....e foram felizes para sempre" - irá "morrer" de arrependimento se você se deixar levar pelo título "Anticristo" e alugar esse filme em alguma locadora perto de sua casa.
Apesar de ser tratado como um filme de terror, Anticristo - não sei porque esse título, mas em se tratando de Lars, que adora fazer polêmica, como se seus filmes já não fossem o suficiente, talvez o diretor só queria cutucar algumas entidades religiosas - pode ser descrito como um drama psicológico, denso, recheado de brutalidades: sexo explícito - com closes - , (muita) masturbação, mutilação vaginal, e......melhor parar por aqui. Resumo: cenas chocantes permeiam os últimos - e angustiantes - trinta minutos do filme.
E a história? Bom, após a perda do filho - esse fato é mostrado na lindíssima sequência inicial, numa impecável fotografia preto e branco , em ritmo lento - o casal, vivido por Willem Dafoe e Charlotte Gainsbourg, não possuem nomes aqui - se mudam para uma cabana no meio da floresta, se isolam ali com a intenção de curar a mulher que está com depressão profunda e consumida pela dor. O homem, que é terapeuta, tenta ajudá-la com métodos psicológicos , mas a situação dela piora progressivamente. E como.
Pode-se dizer que é um filme de arte, com cenas chocantes que até lembram um filme-trash, esteticamente belo, mas que não vai agradar aos desavisados que alugarem Anticristo pensando que é um "inocente" filme de terror, com o simples desejo de dar uns pulinhos de susto na poltrona. Mas Von Trier merece crédito por sua coragem, por realizar um filme tão ímpar. Não é seu melhor longa, mas com certeza é o mais polêmico. Para mim, é o filme mais chocante que vi em minha vida, é realmente uma experiência fortíssima e infelizmente algumas cenas, que de tão brutais, ficarão na sua cabeça durante dias.