Avatar, de James Cameron

Doze anos após o seu maior sucesso - Titanic -, James Cameron retorna às telonas com um dos projetos cinematográficos mais ambiciosos da história: AVATAR.

A história se passa num futuro, onde o ser humano passa a explorar um planeta chamado Pandora, na galáxia de Alfa Centauri, em busca de um precioso mineral que diante da terrível crise energética na Terra, vale 20 milhões o quilo. Esse planeta selvagem é habitado por uma raça chamada Na'vi, seres humanóides azuis de 3 metros de altura, que amam sobretudo a natureza.

Em uma tentativa de evitar um conflito entre as espécies (que mataria muitos Na'vis), a doutora Grace Augustine (Sigourney Weaver) desenvolve o projeto Avatar, que consiste em transmitir a mente das pessoas para corpos criados em laboratório, com DNA Humano/Na'vi, possibilitando assim uma melhor interação com o povo daquele planeta, na busca de uma solução diplomática. Após a morte de seu irmão gêmeo, um ex-fuzileiro da marinha chamado Jake Sully e que é paraplégico, é chamado para participar do projeto, e no corpo de seu Avatar ele passa a desvendar aquele fabuloso planeta.

James Cameron idealizou esse longa metragem em 1995, mas como não havia tecnologia suficiente para produzí-lo, o diretor decidiu engavetá-lo. Há quatro anos atrás ele retomou o projeto e o botou em prática, produzindo-o 100% em estúdio.

Para tornar o seu Sonho real, ele desenvolveu todo um novo sistema de captura de movimentos: em vez daqueles velhos pontinhos no rosto do ator, Cameron utilizou microcâmeras especiais, que filmavam o rosto do ator e captavam cada expressão milimetricamente. O resultado ficou espetacular.

Pela primeira vez na história do cinema, vemos um ser digital chorar com total realismo. A interação de homens e Na’vis naquele ambiente natural é também real, sendo que em várias cenas com os nativos usou-se apenas Computação Gráfica. Quando no início do filme, Jake corre pelo campo em seu corpo avatar, é difícil acreditar que aquilo não é real: o chão em que ele pisa, as plantas em que ele esbarra... tudo digital!!!

Outro trunfo de Cameron, foi utilizar o novo 3D estereoscópico. Normalmente se grava filmes em terceira dimensão utilizando duas câmeras, mas essa nova tencologia permite que tudo seja filmado com apenas uma, e com um resultado final muito mais satisfatório.

Avatar é sim um filme para ser visto em 3D, de preferência numa sala Imax, onde a imersão criada por James Cameron é elevada ao quadrado. Não espere ver objetos serem jogados na sua direção, não que isso não aconteça uma certa vez... Mas em Avatar essa tecnologia que vem cada vez mais ganhando força nos cinemas, é usada de uma forma um pouco diferenciada.O filme usa o 3D para dar mais profundidade aos cenários, te fazendo mergulhar naquele mundo, algo até então nunca feito com tanto êxito. Para se ter idéia, não foi incomum ver as pessoas espantando os mosquitinhos do filme, que incomodavam nas cenas de floresta...

Apesar de suas quase 3 horas de duração, Avatar não é do tipo de filme que se enjoa, e os seus 162 minutos parecem passar bem rápido. O filme já começa sem perder tempo, mostrando a chegada de Jake à Pandora, enquanto ele narra os eventos que o trouxeram àquele planeta selvagem. E dessa maneira James Cameron conduz todo o filme, sempre nos mostrando algo novo sobre o interessante “universo” de Pandora.

Aliás, o planeta é belíssimo e a cultura dos Na’vi é fascinante. Para se ter idéia, Cameron contou com a ajuda de linguistas afim de desenvolver o idioma daquele povo. Acreditem, pois aquilo que se ouve não é qualquer murmuro aleatório.

As atuações de Sam Worthington e Sigourney Weaver, são boas o bastante para nos fazer sentir carisma por eles. Stephen Lang não chega a surpreender, como o carrancudo Coronel Miles Quaritch, mas nos faz nutrir um grande ódio por seu personagem, a ponto de desejarmos profundamente que ele morra.

Porém, ninguém se destaca mais que a personagem de Neytiri, vivida pela atriz Zoe Saldana que incorpora totalmente a princesa Na'vi. Nunca se viu um personagem digital tão cativante, tão bem interpetado...(Opa, já ia me esquecendo do Gollum! Enfim...)

A base da história de Avatar já foi vista algumas vezes - a do espião infiltrado, que se apaixona pela filha do chefe, e então se volta contra suas origens em nome de um ideal. Mas isso não interfere no todo.

O filme faz críticas bastante explícitas ao modo de agir do governo Norte-americano, o que fica bem claro em vários diálogos ao longo do filme. Sem falar do tema Meio Ambiente, que é o eixo central da história, mostrando como o homem pode ser asqueroso. Em busca de altos lucros, o ser humano sai destruindo todo um ecossistema, sendo indiferente e preconceituoso para com as diferenças daquele povo, não tentando entendê-los em sua essência.

Ao final do filme, é difícil não sentir uma forte ligação com a natureza, repensando nosso modo de viver, e vendo a forma como temos tratado nossa “Mãe”.

Avatar é uma revolução no modo de se fazer cinema, uma experiência audiovisual espetacular.Quem ainda não assistiu, corra imediatamente para um cinema 3D, e como diz o pôster do filme: DESCUBRA UM NOVO MUNDO.

Jean Carlos Bris
Enviado por Jean Carlos Bris em 02/01/2010
Reeditado em 12/04/2010
Código do texto: T2007990
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