FILME: "UM POBRETÃO NA CASA BRANCA"

Em linhas gerais, a película apresentada narra a saga de um vereador de cidade pequena tratado como um “pau para toda a obra” pela população, realizando trabalhos, favores e tarefas em sua maioria nada ortodoxos para seu posto. Eis que os EUA estão em eleição presidencial, a oposição precisa de um candidato para perder. O vereador da cidade pequena, negro e simples, parece ser a pessoa correta. Mas este candidato contraria as expectativas e é o novo presidente estadunidense, antevendo o que seria Barack Obama na vida real.

Este breve resumo permite extrair do filme a interpretação do mito do herói, em que o protagonista contraria as expectativas, atropela as dificuldades e, por uma causa nobre, sacrifica alguns pequenos desejos e planos para se chegar a um objetivo maior e humanitário. No contexto da película – um negro disputando as eleições nos EUA – é explorado o estereótipo do afro-descendente pobre e marginalizado por pertencer a uma “minoria”, que como o próprio filme elucidou, em realidade faz parte de uma maioria – juntamente com orientais do Sudeste Asiático, judeus e hispanos – decisiva nas eleições. Este contexto simboliza a mudança nos tempos em uma nação que, além de ser o berço da Ku Klux Klan, já foi adepta de um regime segregacionista.

A história de “Pobretão na Casa Branca” permite outras interpretações. Um candidato com o perfil do protagonista pode remeter à vitória de Davi sobre Golias ou à construção da Arca por Noé nas parábolas bíblicas, onde o improvável torna-se possível. Por fim, permite conceber ao seu espectador uma sensação de quebra de paradigmas, em que, os estereótipos e preconceitos podem não ser tão indeléveis, afinal de contas.

Andre Mengo
Enviado por Andre Mengo em 29/12/2009
Código do texto: T2001373
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