"A PARTIDA"

              OSCAR DE MELHOR FILME ESTRANGEIRO
                                                    DE 2009






Ficha Técnica:  


Título Original em japonês: Okuribito (Agente Funerário)
Produção: Japão
Ano: 2008
Direção:
Yojiro Takita
Elenco: Masahiro Motoki, Tsutomu Yamazaki e Ryoko Hirosue
Duração: 
130 minutos
Recomendação: Para maiores de 14 anos

Status:  Já lançado em DVD mas ainda em cartaz em algumas salas do circuito paulistano



Resumo:


     O filme retrata o cotidiano de um músico que, para sobreviver profissionalmente após ser dispensado como violoncelista de uma orquestra de Tokyo, resolve retornar à sua cidade natal e se empregar numa funerária na função de limpador e maquiador de cadáveres.  Essa opção faz ele sofrer forte críticas de seus amigos e, principalmente, de sua esposa, que ameaça abandoná-lo por sentir vergonha de seu trabalho. 
     Sempre encorajado pelo seu patrão, o ex-músico persiste em seu trabalho  de maquiador até atingir uma técnica refinada, sem antes passar por inúmeras situações constrangedoras.  


O patrão mestre e o ex-músico desenvolvendo o seu ofício



     Quando recebe a notícia da morte de seu pai, por quem não tinha nenhum apêgo (seu pai abandonara a família quando este ainda era pequeno), é encorajado por sua colega de trabalho a procurá-lo para, pelo menos, providenciar um funeral digno.  Já velando o corpo de seu falecido pai, o agente funerário resgata imagens do passado e, após alguma reflexão, perdoa-o.  Estimulado pela própria esposa, que passara a admirar o seu empenho como profissional, o maquiador prepara, então, com carinho o corpo de seu próprio pai para a cerimônia fúnebre.



Comentário do autor:

     Vale lembrar que o filme tangencia um tabu da sociedade japonesa, representada pela casta dos "burakumin"  (habitantes do gueto, em japonês), cujos membros sofrem forte preconceito social por terem ancestrais que exerciam funções consideradas indignas e/ou sujas tais como coveiros, embalsamadores, açougueiros, carrascos, lixeiros etc.  Segundo estimativas do governo japonês, existem cerca de 3 milhões de japoneses nessa casta marginalizada; quase 3% da população do Japão.  É comum japoneses dessa casta mudarem de cidade para tentar ocultar a sua condição. O grande problema que enfrentam é que no século 17 o governo japonês cadastrou, pelos sobrenomes, todas as famílias dessa casta e essa lista é consultada, ainda hoje, pelas empresas no processo de seleção de seus funcionários. Quando conseguem casar fora de sua casta, normalmente os homens adotam o sobrenome da mulher para, assim, evitar que os seus possíveis futuros filhos  herdem o seu karma...  A casta marginal dos "burakumin" se assemelha à dos "dalits"  (intocáveis) na India.  


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Nils Zen
Enviado por Nils Zen em 17/11/2009
Reeditado em 21/11/2009
Código do texto: T1927677
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