Caro Sr. Horten
Odd Horten é condutor de trens há 40 anos. Tão monossilábico quanto seu prenome. É introspectivo e leva uma vida tão previsível quanto os trens que ele controla. Horten está prestes a se aposentar, restando apenas uma viagem para ele encerrar sua carreira. No entanto, um acontecimento inusitado faz comegue atrasado e acaba perdendo sua última partida. Esse rompimento da rotina acaba gerando situações divertidas, dramáticas e transformadoras na vida do metódico Odd.
Caro Senhor Horten (O'Horten, Noruega, 2007) foi o filme escolhido pela Noruega para representar o país no Oscar 2010. Apesar do insucesso nessa empreitada, o cinema norueguês nos brinda com um filme original que levanta a questão da solidão e da velhice de forma bem emblemática.
Dirigido por Bent Hamer, Caro Senhor Horten é uma comédia dramática, cheia de sutilezas e humor ingênuo, mas não menos inteligente, com situações um tanto quanto surreais. A jornada de Odd pelo interior da Noruega irá revelar para ele um caminho necessário, porém pouco previsível. Mas é o encontro com o ex-diplomata e colecionador de armas Trygye Sessener (Espen Skjonberg) que abre os olhos de Horten. Essa cena apresenta os melhores diálogos e tiradas do filme.
Caro Senhor Horten é uma linda homenagem a uma fase da vida que, embora represente o último ciclo da vida, é um tempo de se realizar o que não se teve coragem ou tempo, enquanto jovem. Lindas e representativas imagens, poucos diálogos, uma trilha sonora minimalista e uma atuação cheia de expressividade, carisma e sensibilidade do protagonista, interpretado por Baarde Owe, que com poucas palavras levanta um discussão bastante pertinente. Filme surpreedente e original que merece ser visto e reconhecido!
Nota: 7,5
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