"Insônia" (Insomnia)
"Insônia" ((Insomnia)
Steven Soderbergh e George Clooney produzem.
Christopher Nolan (“O Grande Truque”, “Batman Begins”, “Amnésia”), dirige.
Al Pacino e Robin Williams contracenam. Nada mal para uma noite chuvosa e pouco primaveril.
Lançado em 2002 e bom de ver no cinema, aquele com pipoca e poltronas, entre outras, pelo caprichado da fotografia rodada no Alasca.
“Dois tipos de pessoas vivem no Alasca – diz a veterana Maura Tierney para o insone Pacino - os que nasceram aqui e os que tem algo a esconder”.
O novaiorquino Alfredo James Pacino chega nesse papel depois de incontáveis policiais. Aqui, no entanto, ele definitivamente é a soma de todos.
Robin Williams estava para completar 50 anos e queria que no seu legado houvesse um vilão. Não deixou por menos. Em “Insônia” ele faz um louco de corrente, que se descontrola e espanca até a morte uma adolescente de 17 anos.
Pacino e Robin vão ensejar um enxadrístico gato e rato.
De 1978 para cá Robin estrelou 44 filmes. Levou um Oscar de Melhor Ator Coadjuvante em 96. Se você checar a lista de filmes dele, pelo menos 3 saltam a vista para a estatueta do desempenho irretocável, mas, gosto não se discute e os desígnios da Academia são insondáveis.
O duelo de enxadristas parte de investidas de lá e de cá, que por sua vez partiu do roteiro de Hillary Seitz, que por sua vez baseou-se no roteiro de Nikolaj Frobenius e Erik Skjoldbjarg e do filme homônimo, lançado na Noruega em 1997.
Dir-se-ia que os EUA tem olheiros, e aquilo que cola em determinada língua mãe eles copiam e colam na Califórnia.
(E daí para o mundo).
Pacino e seu parceiro (Martin Donovan) chegam na pequena Nightmute, cujo senso de 2000 aponta uma população em torno de 208 habitantes. Naquele dia, 207, pois o escritor de romances policiais Robin Williams deu baixa numa admiradora.
Por duas vezes o jogo estava ganho para o detetive e nas duas a bola passa para o oponente, graças a esses deslizes que são encarados como detalhes e por seu turno omitidos. Em Nightmute, no inverno as noites duram meses e no verão os dias assim se comportam. Pacino chegou no verão. Ele vende uma competência rolo compressor como policial experiente, mandado para lá por conta de um problema com corregedoria em LA, mas essa competência vai paulatinamente perdendo o tino, por conta das noites não dormidas.
Hilary Swank ( “P.S. Eu Te Amo”, “Menina de Ouro”), faz o meio de campo como a policial ascendente num pequeno vilarejo. Quando ela entende tudo, “Inês” já é morta e o filme caminha para os finalmente. A revisão, no entanto, lança no espectador a vírgula da insônia de Pacino ter sua causa mais numa consciência perturbada do que na ineficiência das cortinas.