Deixa Ela Entrar
Nunca foi novidade produções cinematográficas que abordem a figura mitológica do vampiro, sobretudo, após o sucesso das novelas vampirescas adolescentes de Stephenie Meyer. No entanto, em que as inúmeras obras do gênero geralmente pecam, temos em "Deixa Ela Entrar" de forma bem consistente. Personagens bem construídos, despidos de maneirismo e comportamentos "engessados"e previsíveis e uma trama que passa a sua mensagem com contundência.
O filme é mais que uma história de vampiros. A trama aborda a relação do garoto Oskar (Kare Hedebrant) com sua misteriosa vizinha Eli (Lina Leandersson). Ele, um garoto instrospectivo e solitário que vive com a mãe e eventualmente passa uns dias na casa do pai. Ela, uma garota aparentemente solitária com quem ele se encontra durante as noites em frente ao prédio deles.
O fato de Eli ser uma vampira não dá o tom da trama e é isso que a torna ainda mais interessante. Sua origem é tratada com uma certa dose de naturalidade, assim como seu comportamento e as eventuais mortes que ela causa, como algo natural. "Deixa Ela Entrar" aborda a solidão de forma nada superficial. A relação de Eli e Oskar cresce a medida que esse sentimento os consome e, através dela, conhece de forma mais intensa os significados do amor e vingança.
O longa-metragem lança um olhar instigante e revelador sobre uma temática um tanto quanto pobre e previsível. O filme de Tomas Alfredson é bastante provocador e faz uso de algumas sutilezas sem esclarecer em alguns casos o que ele deseja. Mas é elogiável a atuação dos dois atores principais e o modo com que esses personagens são construídos. O ritmo da trama e as tomadas externas evidenciam ainda mais a essência solitária e nostálgica desse ótimo filme que não deve passar despercebido.
Nota: 8,0
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