Gran Torino

O que faz um filme se tornar uma obra-prima? Em tempos de tantos filmes serem denominados como tais, soa até banal considerar Gran Torino como mais uma. Dirão alguns mais exigentes que é preciso ter um tema profundo que busque respostas para as questões mais angustiantes do ser humano. Outros devem acreditar que uma obra-prima só é construída com um ótimo elenco, um ótimo diretor e um roteiro criativo, despido de clichês e de uma narrativa convencional. Alguns mais implicantes dirão que isso é pouco e só dois ou três filmes possam ser considerados dignos desta classificação. E um filme que te faz rir do início ao fim pode ser uma obra-prima? Pouquíssimos ousariam dizer que sim. Para quem assistiu a Gran Torino não resta dúvida. Estamos diante de uma obra-prima sim. Um longa metragem totalmente diferente de qualquer outro e que ao mesmo tempo não apresenta nada de novo.

Walt Kowalski (Clint Eastwood) é um veterano da Guerra da Coréia, aposentado do setor automobilístico, apaixonado pelo seu carro Gran Torino e, recentemente, ficou viúvo e tem uma relação nada harmoniosa e cada vez mais distante de sua família, representada por seus filhos e netos. Mais do que um homem solitário, Kowalski é extremamente mal-humorado, rancoroso e preconceituoso, sobretudo para com os vizinhos orientais.

No entanto, um acontecimento muda para sempre a vida do velho Kowalski, ao defender um garoto oriental de uma gangue do bairro, ele se torna o herói do bairro, sobretudo dos coreanos que são maioria do lugar e tentam estreitar laços com o dono do Gran Torino que reage de forma ríspida com todas as gentilezas. No entanto, ele começa a perceber que ele tem mais coisas em comum com os "chinas" - como ele denomina os orientais - do que com sua família.

O longa-metragem é um drama estruturado de forma clássica com um ator espetacular que toma as rédeas da trama de forma competente ao extremo tornando o Walt Kowalaski um ícone. Sem dúvida um dos personagens mais memoráveis do cinema. Apesar de um elenco oriental de certa forma limitado eles não comprometem. O filme consegue unir o drama e a comédia de forma magistral e super divertida e sem perder a sensibilidade.

Um filme lindo, com uma mensagem maravilhosa que consegue prender o espectador de forma quase hipnotizante e com um final belíssimo. Kowalski nos leva do riso à lágrima em questão de segundos. É impossível não simpatizar com esse velhinho tão engraçado, vibrante e que nos ensina que nunca é tarde para conquistar novos amigos e rever antigos conceitos.

Nota: 9,0

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