O Leitor
É mais do que um dilema sobre tornar público ou não um segredo. O novo filme do diretor Stephen Daldry (mesmo diretor de As Horas e Billy Elliot) nos revela as implicações que a ignorância e a falta de conhecimento impõe às pessoas.
O Leitor nos mostra um visão totalmente diferente da Alemanha pós guerra. Hanna - interpretada brilhantemente por Kate Winslet, é uma funcionária de uma empresa de bondes, uma mulher solitária e não menos misteriosa que se envolve amorosamente com o adolescente Michael. Juntos, eles iniciam um relação única repleta de descobertas sexuais para ele e literárias para ela.
O filme possui um primeiro ato muito bem realizado e instigante, nutrido por essas descobertas, narradas de forma sutil, lírica e não menos erótica. A atuação de Kate Winslet prende o espectador por um misto de mistério, beleza e dramaticidade impressionante. Quem já assistiu O Leitor sabe que a conquista do Oscar de melhor atriz sempre soou meio óbvio.
O segundo ato não segue o mesmo ritmo do primeiro. A trama que se desenvolvia de forma interessante torna-se caricata e rasa, embora o ritmo do filme não caia, devido ao ótimo trabalho de Winslet. O roteiro irregular impede que as subtramas sejam concluídas ou até mesmo tenham uma maior nível de profundidade.
No final, tem-se a impressão que o filme não soube explorar as questões que surgiam no seu desenrolar. Acrescenta muito pouco a cinematografia já existente sobre a Segunda Guerra Mundial, justiça, direito, muito menos sobre essa relação amorosa nada casual. O grande ponto positivo e que irá fazer o filme não cair no esquecimento é a atuação acima da média de Winslet e só.
Nota: 6,0
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