Helen Beatrix Potter, mulher além das pessoas e por de trás das coxias do mundo.
Alguns dizem que J.K. Rowling se inspirou nela para criar o nome de seu famoso personagem das histórias infantis. Poucos confirmam. Independente das influências causadas na autora de Harry Potter, o fato é que Beatrix Potter foi uma mulher que deixou um legado não só literário, mas também social, capaz de influenciar nossa visão de mundo até hoje. Ela estava além de seu tempo e atingiu o fazer no qual pari uma ruptura com seu mundo e choca com suas mudanças paradigmáticas. Foi autora do livro infantil mais vendido do mundo até então (mera coincidência com Rowling), intitulado A história de Petter Habbit. O filme Miss Potter retrata bem sua saga para publicar seu livrinho e o interessante envolvimento que teve com seu editor Norman Warne. As cenas se ligam de forma tão encantadora como se pintam seus desenhos criativos - há um brilho na atriz Renèe Zellweger que nos faz cair de amores pela autora. As questões envolvidas na discussão de sua vida são mais do que falar de seu espólio biográfico no que concerne à sua importância para a Literatura inglesa, sobretudo, infanto-juvenil; tem ela também extrema importância na preservação ambiental, quando depois de se mudar da casa dos pais começa a adquirir propriedades para mantê-las produtivas e com a mesma beleza que sempre lhe encantou. Ela parecia ter o poder de captar a essência das coisas, não só em seus desenhos, mas sobretudo no sua peculiar forma de lidar com a vida. Casou-se tarde, com 47 anos e não deixou no mundo criatura que lhe carregasse os gens de tamanha visão estética e artística. Contudo, doou ao povo britânico mais de 1.600 hectares para preservação. Ora, aquela que corroborou o empenho feminista na mudança dos paradigmas, também antencipou-se na questão progresso econômico versus preservação do meio ambiente. A leitura feita pelo filme, escrito por Richard Maltby Jr. e dirigido por Chris Noonan, evidencia a relação que Beatrix possuia com seus desenhos e com sua arte. Vale a pena dividir com a família e com alunos para enriquecer a prática pedagógica em reflexões muito relevantes que elevam a cultura geral dos alunos. Mais uma vez um material do mundo real nos traz estruturas ricas para a manutenção de nosso desejo pelo belo e pela arte.