“Trama Internacional” (The International)
“Trama Internacional” (The International)
Tom Tykwer teve mais de uma indicação pelo BAFTA - British Academy of Film and Television Art, desde os tempos que escreveu e dirigiu “Run Lola Run” até o presente. É dele a direção deste peculiar suspense com Clive Owen e Naomi Watts . Os dois são agentes da Interpol e estão atrás daquilo que Jack Nicholson uma vez escreveu: se você quer saber onde está a verdade, siga o dinheiro.
“The International” tem peculiaridades e não passa batido.
Os primeiros dez minutos do filme andam no caminho inverso dos adol-escentes movies e chamou atenção do público norte americano, que caracterizou o filme como o “Supremacia Bourne” para adultos. Quase isso, ou, se preferir, apenas do ponto de vista de “algum conteúdo”. Isso porque Owen se porta como um ser humano na faixa da normalidade, ou seja, atônito e quase impotente face a barbárie de um conglomerado financeiro. O conteúdo perolado vai sendo colocado a cada seção de 24 quadros, com revelações tais quais: armas pequenas (vide mísseis teleguiados de baixo alcance) são as únicas usadas em 99% dos conflitos mundiais.
O dinheiro que Owen e Naomi perseguem atende pelo codinome de banco lá-ri-lá-lá, infelizmente inspirado num banco real, extinto nos 90. Suas atividades, porém, permanecem reais: controlar a dívida que o conflito produz – sentencia um dos banqueiros – o verdadeiro valor de um conflito está na dívida que é criada.
O mundo é feito de raciocínios – para fortuna de uns e miséria de outros.
O alemão Tom Tykwer bebeu no mestre Hitchcock os trejeitos de uma trama em várias localidades, vide o imbatível “Intriga Internacional”. Já o roteiro de Eric Singer premia os fãs do cinema com locações em 3 continentes, revelando que as construções que abrigam os poderosos são tão bem elaboradas quanto seus planos para desestabilizar o planeta.
Owen tem entrar e sair delas. É o trabalho dele.
O nosso é assistir.