Chegadas e Partidas - The Shipping News

“Todos os dias é um vai-e-vem”

Trecho da canção Encontros e Despedidas, Milton Nascimento e Fernando Brant.

Sempre fui de ter sonhos estranhos. Que agora tenha dado para sonhar até com filmes, isso espanta até a mim mesma. E olhe que já estou bem acostumada com a “loucura nossa de cada dia” aqui de casa.

O filme (esse do sonho) assisti já há um bom tempo atrás. Em 2002, se não me engano. Para mim, essa lembrança é só mais um reforço à idéia: histórias boas mesmo são aquelas que as pessoas não esquecem (nem quando dormem!). Para os que estão procurando um bom filme, indico este aqui: The Shipping News. No Brasil, traduzido como Chegadas e Partidas.

FICHA TÉCNICA RESUMIDA:

País de Origem: EUA

Gênero: Drama

Tempo de Duração: 124 minutos

Ano de Lançamento: 2001

Direção: Lasse Hallström

Mais informações vide site:

http://www.interfilmes.com/filme_12884_Chegadas.e.Partidas-(The.Shipping.News).html

Não sou crítica de cinema. Aliás, comigo, vez ou outra acontece de eu gostar de filmes que a crítica "detona", e não achar “lá essas coisas” os que ela exalta. Aqui vai, portanto, minha simples opinião.

Gostei muito da história e da forma como foi contada no filme. O roteiro, de Robert Nelson Jacobs, baseia-se no romance homônimo de E. Annie Proulx, vencedora do prêmio Pulitzer por esse trabalho - segundo informações encontradas no site (www.soundtrack.net).

Além do elenco de peso – Kevin Spacey, Jude Dench, Julianne Moore, Cate Blanchett - dando vida aos marcantes personagens, a trilha sonora e a fotografia também são muito boas. Li um texto em que um especialista em cinema questiona a qualidade da atuação de boa parte do elenco neste filme. Já eu só posso aplaudir, principalmente a de Kevin e Jude.

Várias críticas a esse filme podem ser encontradas na internet. Isso acho importante mencionar, por ser bem provável especialistas enxergarem coisas que leigos, como eu, não conseguem notar à primeira vista. Se bem que, toda crítica de Arte, bem fundamentada ou não, é só mais uma opinião, não é mesmo? Como gosta de brincar a minha tia: "gosto é como fi-ó-fó, cada um tem o seu..." E não é verdade? Eu tenho o meu, você tem o seu, o crítico tem o dele e por aí vai...

Voltando aos trilhos da trilha sonora: as músicas de Christopher Young remetem a belas composições instrumentais irlandesas. Ah, já sei por que andei sonhando com esse filme: volta e meia ponho essa trilha pra tocar na vitrolinha aqui de casa. Aliás, para quem gosta de fundo musical pra estudar ou escrever, taí uma boa pedida. Assim também como música barroca (por ex. J.S. Bach, Handel, Teleman). Alguns estudos mostram que esse tipo de música estimula a criatividade e a cognição.

O filme retrata a inspiradora transformação do personagem Quoyle, vivido por Kevin Spacey, que de “capacho do mundo” torna-se um dos melhores jornalistas de seu vilarejo (Newfoundland), o lugar ao qual é levado, junto com a filha pequena (Alyssa Gainer), por uma tia (Jude Dench) para recomeçar a vida após as mortes do pai psicótico e da mulher (Cate Blanchett), digamos "desapegada da família".

Quoyle tem a oportunidade não só de transformar-se em outro homem, aprendendo a confiar em si mesmo, como também encontrar o amor na personagem de Julianne Moore. O título do filme (em inglês) tem a ver com o tipo de notícias que Quoyle, a princípio, é designado a cobrir. Eu gostei muito do final. Não conto mais para não estragar a surpresa de quem ainda não viu. Esse filme é uma boa pedida. Eu recomendo. Assista e depois me conte o que achou, certo?

Um abraço fraterno :-)