Dúvida
Meryl Streep já havia sido indicada para o Oscar de melhor atriz catorze vezes. Com Dúvida, bateu o recorde, tendo sua décima quinta indicação ao prêmio. Então ficou a pergunta: seria tal veneração uma falta de opção da academia? Bom, antes de assistir ao filme, achei que era. Antes. Do começo ao fim, mesmo tratando-se de um drama, que se pressupõe lento, fui fisgado pelas atuações poderosas, tanto dela quanto do sempre competente Philip Seymour-Hofman. E o elenco ainda conta com Amy Adams, de Encantada, em um papel surpreendente (que também rendeu uma indicação ao Oscar). Por fim, Viola Davis, que com menos de dez minutos em cena conseguiu sua própria indicação a estatueta, em uma entrega assustadora ao papel. A trama se desenrola em torno de uma suspeita de pedofilia dentro de um convento. Aloysius Beauvier, a diretora (Meryl), acusa o padre Flyn de assediar um aluno negro recém-chegado, depois de um comentário feito pela irmã James (Amy) de que o padre estaria dando atenção demais ao rapaz. Sem nenhuma prova ou evidência, ela batalha apenas com sua certeza. Os conflitos entre os dois são intensos, tanto que nem parecem estar atuando. E são essas atuações, junto com as do restante do elenco, que mantém um constante interesse pela próxima fala, pela próxima cena. Filme poderoso e surpreendente.