O Menino de Pijamas Listrados
Quem precisa de mais um filme da segunda guerra mundial? Essa é a pergunta que poderíamos fazer ao deparar com este filme. Mas a pergunta correta seria: Quem diria que mais um filme da segunda guerra realmente tivesse algo a dizer? Um diretor uma vez disse que todas as histórias no cinema já haviam sido contadas, agora os que a contassem da melhor forma ganhariam reconhecimento. É basicamente o que ocorre aqui: centenas de filmes mostraram os conflitos, outras centenas mostraram os campos nazistas, mais outras revelaram fatos obscuros (como a Operação Valquíria, relatada no filme homônimo), mas nunca antes vimos a guerra pelos olhos de uma criança. Uma família muda-se para uma casa próxima de um campo de concentração, e o filho mais novo, de oito anos, acaba encontrando o lugar, e sem atravessar a grade, começa uma forte amizade com um garoto da mesma idade, preso do lado de dentro. Mas não entende porque o garoto não sai dali. E pergunta-se porque estaria usando um pijama. Enquanto isso, em sua casa, onde alguns soldados estão hospedados, seu pai e sua mãe tornam-se estranhos a si mesmos: o pai é um oficial que responde diretamente a Hitler, e a mãe, inocente, preocupa-se com o futuro do filho, ao mesmo tempo que não tem a mínima autoridade no lar. A inocência da criança em frente aos horrores da guerra já deixa um aperto no coração, mas o filme vai além, explorando a situação a fim de mostrar quão terrível realmente fora. Vale destacar as fortes atuações, principalmente das crianças. Deixa uma reflexão, sorrisos, e emociona, concluindo o longa com uma lágrima dolorida. Um dos filmes mais belos do ano.