ANJOS E DEMONIOS: O FILME
A eterna luta entre a ciência e a fé está muito bem retratada neste excelente filme de Ron Howard(Frost/Nixon,Uma Mente Brilhante),talvez um dos melhores diretores da nova safra hollywoodiana.
Devo esclarecer que não é um filme magistral, capaz de abocanhar prêmios importantes e nem creio que este fosse o propósito do diretor; o livro que deu origem ao filme,apesar de ser um “best-seller” e,na minha modesta opinião,o melhor livro de Dan Brown,é apenas uma estória bem contada,movimentada,capaz de prender o leitor até o fim,instruindo,educando e divertindo,que é a função primordial da literatura.
O filme segue esta regra; no meio das movimentações incríveis que nos tiram o fôlego,das tramas urdidas entre o Vaticano conservador e a Ciência , inovadora,derrubadora de mitos,está o eterno conflito milenar entre e o que se crê e o que se sabe,que foi muito bem conduzida pelo diretor.
Lobos e cordeiros se enfrentam, mortes,crimes,destruição,numa trama muito bem bolada pelo escritor,que ressuscitou os “iluminatti”,uma seita que foi brutalmente destruída pela Igreja Católica,capaz de tudo para manter as mentiras que são a base da sua fé e ajudam a manter o seu poderio espiritual.Afinal,se Deus não existisse,tudo seria permitido.
Os fundamentalistas religiosos, e,não só os católicos,não conseguem conviver com as diferenças e só a sua verdade lhes serve;por isso quer impô-las aos outros pelo medo ou pelo caminho da coerção.
Uma cena emblemática passada entre o camerlengo,brilhantemente interpretado pelo grande ator Ewan McGregor e o simbologista herói da fita,o professor Langdon(Tom Hanks),numa discussão sobre a fé,só isso valeria o filme.
Não sei se o Howard quis agir ecumenicamente ou se divertir com o dogmaticismo arcaico da Igreja, mas,o fato é que  a escolha dos atores foi bem sintomática:a atriz principal  Ayelet Zurer, que faz a doutora Vetra,é judia;Ewan McGregor,o camerlengo,é ateu e o Hanks,ele mesmo,um rebelde,ou seja deste “melting pot” resultou um filme agradável de se ver,bonito(as imagens de Roma e do Vaticano são imperdíveis),uma trama muito bem feita,que prende o espectador ,sem piscar,até seu bombástico e inesperado final.
Miriam de Sales Oliveira
Enviado por Miriam de Sales Oliveira em 19/05/2009
Código do texto: T1602362
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