PURPLE RAIN

Prince é o cara mais metido a besta que existe. Teve a cara de pau de dizer que era o homem mais bonito do mundo. Narcisismo aí é pouco. Mas o crioulo tem talento. E seu imenso ego nunca atrapalha.

Ele faz de Purple Rain um filme delicioso. O disco vendeu mais de 20 milhões de cópias mundo afora. Não houve quem não dançasse ao som de “when doves cry”, “let’s go crazy” e a longa canção título, em cujo solo de guitarra ele está por demais parecido com Hendrix.

Além do baixinho invocado e suas canções, o filme tem outros trunfos: um deles é o impagável Morris Day, como seu rival, igualmente narcisista, a ponto de ter um assistente com um espelho onde ele sempre checa o look. E outra é a gostosíssima Apollonia Kotero, uma morena que fica bem em qualquer garupa de moto. Repare que todos os personagens têm os mesmos nomes da vida real.

Exceto, é claro, Prince. Ele é The Kid, um garoto pobre cujos pais alcóolatras vivem se pegando nos tapas. Todas as noites ele toca com sua banda de rock, The Revolution, em uma casa noturna da cidade, junto com outras bandas. Além da grana, eles buscam angariar a simpatia das fãs.

A historinha é bem água com açúcar. Além do drama familiar, ele ainda tem que sofrer com a perda da garota para Morris, por negligencia e também por uma jogada suja deste. No final tudo se resolve. Ele descobre que seu pai era um músico frustrado cuja carreira havia sido interrompida pelo casamento. Mas todos acabam felizes, ele recupera a garota, seus pais acabam bem, e Morris fica roxo de inveja.

Tudo no filme só funciona por causa de Prince. Se tirarmos ele, sua moto e sua guitarra, o filme perde todo o seu encanto. Bom programa para os fãs do cantor. De preferência, pra ver agarradinho com a namorada, tomando refrigerante e comendo pipoca.