A bússola de ouro
» Direção: Chris Weitz
» Roteiro: Philip Pullman (romance), Chris Weitz (roteiro)
» Gênero: Ação/Aventura/Drama/Fantasia
» Origem: Estados Unidos/Reino Unido
» Duração: 113 minutos
Elenco: Ator/Atriz Personagem
- Nicole Kidman / Marisa Coulter
- Daniel Craig / Lorde Asriel
- Dakota Blue Richards / Lyra Belacqua
- Ben Walker / Roger
- Freddie Highmore / Pantalaimon (voz)
- Ian McKellen / Iorek Byrnison (voz)
- Eva Green / Serafina Pekkala
- Jim Carter / John Faa
- Tom Courtenay / Farder Coram
- Ian McShane / Ragnar Sturlusson (voz)
- Sam Elliott / Lee Scoresby
- Christopher Lee / Lorde Boreal
- Kristin Scott Thomas / Stelmaria (voz)
- Kathy Bates / Hester (voz)
- Derek Jacobi / Emissário magisterial
Em 1995, o escritor britânico Philip Pullman, lançou uma das suas mais consagradas obras: A bússola de ouro. O primeiro volume de uma trilogia intítulada de FRONTEIRAS DO UNIVERSO; cujos outros dois volumes são: A faca sutil e A luneta âmbar.
Na história que se passa numa Inglaterra "paralela", uma menina de 12 anos, chamada Lyra Belacqua - que vive na cidade universitária de Oxford -, recebe de presente um curioso objeto. Trata-se do "Aletiômetro", uma espécie de bússola dourada que em vez de apontar a direção dos polos, aponta a verdade.
Após o desaparecimento de seu melhor amigo, Roger, Lyra parte em direção as terras áridas do norte, onde descobre uma terrível conspiração que faz uso de crianças como cobias.
Em 2007 foi lançado nos cinemas a adaptação do livro de Pullman, e muita expectativa foi gerada, pois os trailers mostravam um mundo belo e fantástico. Entretanto, o que se viu foi uma completa decepção.
O filme dirigido por Chris Weitz, e estrelado por atores famosos como Nicole Kidman e Daniel Craig mal conseguiu pagar as contas, com um faturamento baixíssimo nos Estados Unidos.
A bússola de ouro começa bem, com uma introdução bastante interessante, mas quando o espectador é apresentado à trama, tem-se a impressão de se estar num trem desgovernado. O filme se torna apressado, e fica difícil acompanhar as cenas que de tão rápidas, tornam-se banais. Lyra está na faculdade, depois já vai para a casa da Sra. Coulter, e de repente já parte em sua longa jornada (que no filme não é tão longa assim).
O roteiro é fraco, teve trechos excelentes do livro tirados ou invertidos, e pareceu ter sido "infantilizado". Apesar de ser um livro infanto-juvenil, a história trata de religião e faz critícas duras ao modo de agir da Igreja católica; no filme, toda essa discussão foi simplesmente apagada!
O ponto forte do filme são a direção de arte e os efeitos especiais(que renderam um oscar). Durante o longa somos transportados por lugares belissímos, e as criaturas apresentadas são fascinantes. Destaque para o urso de armadura Iorek Byrnison - na voz inconfundível de Sir Ian Mckellen -, que foi muito bem produzido, com efeitos visuais de primeira.
No mundo criado por Philip Pullman, umas da coisas mais notáveis, é a existência dos "Dimons": projeções materiais externas de nossa alma, e cada ser humano possuí um, em forma de um animal. Se a pessoa se separar de seu dimon, está condenada à morte, e parece que foi exatamente isso que o longa faz: se separou de seu dimon.
O filme parece destituído de alma, e uma das cenas mais interessantes do filme - a luta entre dois ursos polares - não passa ao espectador quase emoção alguma.
Para fechar com chave de ouro, os últimos minutos do filme foram cortados durante a edição - o diretor pretendia usá-los no início de A faca sutil -, e o espectador fica no "vácuo", sem entender qual é o destino da protagonista.
Tanto para aqueles que leram o livro, quanto para aqueles que apenas assistiram ao longa, o filme é ruim. A promessa de um grande épico como "O senhor dos anéis" não foi cumprida, e quem assiste tem ao final uma sensação de coito, ao ver que o filme acaba de repente.
Para a tristeza do fãs(ou seria alegria?), as chances de uma continuação são nulas devida ao fracasso nas telonas, e aqueles minutos finais que prometiam salvar o filme estão perdidos para sempre... Agora só nos resta nos conformarmos, ou esperarmos uma refilmagem que faça uso do seu carismático dimon.