Quem quer ser um milionário-Sobre um filme que eu ainda não assiti

"Quem quer ser um milonário," 8 estatuetas na festa do Oscar. Mais isso não garante que um filme seja realmente bom. Aliás, gosto é algo muito relativo. Há gente que adora "O Senhor dos Anéis- O Retorno do Rei", vencedor de 11 oscars, mas eu não gosto. E é muito bom viver assim, num mundo de mil faces, diversificado culturalmente, embora ás vezes a gente tenha dificuldade de entender quem pensa diferente de nós.

E "Quem quer ser um milionário", parece ser uma película que celebra este multiculturalismo. Um diretor inglês, que "plagia" os americanos Cohen, faz um filme na Índia com atores e canções indianas. Um cidadão do antigo colonizador e membros de ex colônias se unem de forma direta ou indireta. O Império Britânico do cinema é mais belo e acolhedor do que o da história.

O filme fala sobre televisão. Cinema e TV, duas linguagens diferentes e por vezes consideradas antagônicas, se unem para a concretização de uma obra artística. Integracão, ao invés de exclusão, união, ao invés de incompreensão, o filme parece querer dizer. E antes que eu me esqueça: qual será a Ìndia mais bela, a de Boyle, a de Glória Perez ou a real?

O cinema americano se rendeu a um filme britânico-indiano, com orçamento relativamente pequeno. Será um sinal dos tempos? Será um prenúncio do deslocamento do poder mundial? Não teremos mais uma potência, mas vários países dividindo o poderio decisório? Não sei. Não sei nem sequer se "Quem quer ser um milonário" é um filme que faça jus a tanta repercussão . Mas torço para que provoque uma milionária quantidade de emoções e reflexões em seus espectadores. Porque é isto que importa.