As cinco pessoas que você encontra no céu


capasbr.blogspot.com

“Você pode achar estranho começar uma história pelo fim, mas todos os finais também são começo. Apenas não sabemos disso, naquele momento.”
“Nada acontece por acaso. Está tudo ligado e coisas boas podem vir disso.“(...) Estranhos são apenas familiares que você ainda não conheceu.”

     O que você pensaria se alguém te falasse assim? Que diria se a confirmação de tudo que pensa e sonha, no sentido que nada acontece por acaso, fosse ratificada alí, diante dos seus incrédulos olhos?
     Fugir. Essa é a primeira reação de Eddie, personagem deste filme excepcional. Mas se você só assiste filme de ação, não o veja. A aventura daqui é a reflexão. Cada cena nos faz pensar em nossas vidas, nas nossas escolhas (elas, sempre elas), na visão por vezes equivocada da desimportancia da nossa contribuição com o que fazemos para sobreviver.
     História comum. Um homem morre num acidente de trabalho e, ao chegar a seu destino final, faz um mea culpa relembrando a vida que levou, com um trabalho insignificante, achando que podia ter feito mais, ter tido a profissão que sonhou e não teve, uma vida de solidão, pois viveu só, a maioria do tempo, com sua insatisfação e pesadelos trazidos da guerra.
      As pessoas que o recebem no céu, não aquele céu paradisíaco da fantasia de tantos, mas um céu escolhido por quem o habita, mostram a ele outras visões de sua vida. Perguntas e situações não respondidas e mal resolvidas da vida toda encontram respostas, nem sempre satisfatórias.
     Mas, cá entre nós, gostei de imaginar que vou escolher o meu céu. Gosto de pensar que minha vida pode está ligada a vidas que ainda nem conheço. Li dias atrás um texto de alguém que desistia de um trabalho de anos, por insatisfação e também um texto de Maria Olímpia Alves de Melo sobre relacionamentos (Seis Graus de Separação) e pensei na interação que os dois textos podem fazer, com a temática que o filme aborda. Ao revê-lo, para relembrar e escrever a resenha me encantei, mais uma vez, com o roteiro bem escrito, com o enredo que flui, leve e sutil, com o clima onírico.
     Agora, durante as minhas férias vou procurar o livro, que também deve ser ótimo.A vida de Eddie, um insatisfeito crônico, é ficção e certamente é diferente da minha e da sua vida, mas podemos utilizar essa metáfora para, quem sabe, refletir um pouco e ressignificar algumas situações que vivemos?

                            *********************



Mais sobre o filme

Sinopse : [adaptada de http://www.interfilmes.com]

Eddie (John Voight) foi um jovem que cresceu em meio a guerras, trabalho árduo e uma educação rígida. No dia em que completa 83 anos, sofre um acidente no parque de diversões onde trabalhou a vida inteira. Quando dá por si, tudo o que sente é que passou uma vida sem propósito, sem rumo... E o que se sucede é uma revisitação de sua vida por 05 pessoas, umas que ele conhece, outras que ele não tinha a menor idéia de quem eram, mas cujas vidas estavam de alguma forma ligadas a dele. Cada uma dessas pessoas revê com Eddie uma passagem de sua vida, resolvendo antigos mistérios, dissolvendo antigas mágoas, revivendo antigos amores. A cada experiência fica mais clara a grande importância de Eddie na vida de muitas pessoas sem que ele se desse conta, provando que cada vida está ligada a outra da forma que muitas vezes não entendemos.

Informações Técnicas

Título original: The five people you meet in heaven
Título no Brasil: As Cinco Pessoas Que Você Encontra no Céu
Gênero: Drama
Tempo de Duração: 160 minutos
Ano de Lançamento: 2004
Direção: Lloyd Kramer