MATOU A FAMÍLIA E FOI AO CINEMA - Neville de Almeida
MATOU A FAMILIA E FOI AO CINEMA – de Neville de Almeida
(1991)
Falar deste filme não se torna uma tarefa difícil, afinal não se tem muito a dizer, já que se trata de um filme tresh. “Matou a família e foi ao Cinema”, claro que por ser tresh também tem seus atrativos, que mexeu com a curiosidade de muitos e se tornou um clássico. Esta versão do diretor Neville de Almeida, é um remake da versão de 1969 do diretor Julio Bressane.
Sim, é um filme para ser visto, porém, não por todos. Digo isto pelo fato de conter cenas de nudez frontal tanto feminina quanto masculina, e de cenas de violência explicita. Sim, é um filme sujo, mas não é o tipo de filme em que se usa a nudez apenas como exibição, mas para mostrar a realidade. Não quero parecer controvertido com meus próprios argumentos, afinal tem que se ver o filme para entender o que estou dizendo. Falo isto pelo fato de que, levo em consideração a arte contida nele, mesmo sendo um filme baixo. Depois que li “Feliz Ano Novo” de Rubem Fonseca, um conto em que se dar voz ao marginal, tudo parece vulgar e obsceno, entramos no mundo da marginalização. Mas esta realidade é colocada outro ponto de vista em “Matou a família e foi ao cinema” que nos deparamos com personagens de classe media baixa, e alta, revelando seus desejos ocultos e cruéis. São pessoas como eu e você, que tem uma vida normal, com seus problemas de família, econômicos e íntimos. Mas o filme, ou melhor , as crônicas nele mostradas, são realistas mescladas com surrealismo, em muitas vezes parecendo mais com pesadelos e com atitude amorais.
Temos na narrativa principal, um jovem vivido por Alexandre Frota, que não se entende com os pais, numa cena bem feita, ele dança com uma faca em seu quarto, nu, em preto em branco, a fotografia parece envelhecida, e bem feita, claro que Frota não é lá grande ator, mas seu papel não precisa de grande atuação, depois da dança, ele mata os pais, e vai ao cinema. E é no cinema onde encontramos as outras personagens, no filme que está passando, em que varias historias se cruzam, e temos duas mulheres da alta sociedade vividas por Claudia Raia, perfeita em seu papel, se mostrando completamente nua sem nenhum pudor, mas com classe e ótima atuação. Louise Cardoso, a amiga, entre diálogos feministas, e cenas de nudez e caricias homossexuais, misturadas com alucinações surreais, se mostra a melhor parte do filme. Mas o filme não é só isso, ainda temos duas jovens amigas lésbicas, e um tarado por calcinhas.
Um tresh imperdível.
Lembrando que não deixe as crianças menores de 16 anos verem, contem cenas inadequadas, e fortes. Lembrando que o tema assassinato está presente em praticamente todas as historias.
1991,
Direção: Neville de Almeida
Grande Elenco: Claudia Raia
Louise Cardoso
Alexandre Frota
Maria Gladys
Ana Beatriz Nogueira
Mariana de Moraes
Raquel Serpicio
Pedro Aguinaga
Julio Braga
Sandro Solviatti
Trilha sonora de: Armandinho, Lobão, Ivo Meirelles e Zeca Assumpção.
Globo Filmes
Aprox.: 100 min.