SOCIADADES DISTINTAS “Os deuses devem estar loucos” RESUMO
Resumo
No texto a seguir apresento em síntese o filme "OS DEUSES DEVEM ESTAR LOUCOS", sob uma perspectiva de análise sociológica e de convivência, por isso "Sociedades Distintas". procurando mostrar, como o faz James no filme, a possibilidade da convivência e os sentidos de valores produzidos em cada sociedade. Em evidência está a civilidade e seus conceitos: o que é realmente "civilização", será o turbilhão de informações, industrias, universidades etc. ou haveria uma civilização sem nada de tão excepcional assim? Pode haver convivência das sociedades, ou é preciso "civilizar" as sociedades "inferiorizadas"?
TEXTO
Nas cenas do filme “OS DEUSES DEVEM ESTAR LOUCOS” , podemos distinguir uma ampla diversidade de sociedades com características distintas, e peculiares entre si, não só pelos costumes, mas também de significados singulares.
Olhando a sociedade simples no deserto Kalahari , vemos nos Boxímanes , uma sociedade completamente pacifica e de certa forma ingênua. Tudo que os cerca é um deserto irregular, que nem tudo é deserto algumas partes deste deserto é regado por chuva que faz com que vegetações cresçam e forme lindas paisagens, no entanto a comunidade de Xi vive em pleno deserto – “deserto de fosseis” – como é conhecido.
A rotina de vida nesta comunidade é pacata e muito feliz, para eles não existem normas ditadas e regras que devem ser seguidas, alguma autoridade a quem devam obediência, não existe lei, não há noção de direito, a igualdade não é discutida, o tempo não importa, as coisas – objetos – são usadas sem disputas. Há uma harmonia notável. O que seria comum para o uma sociedade complexa, para eles pode ser uma coisa relacionada aos deuses, deuses que para a cultura deles são seus pais, e eles seus filho, portanto esses seres divinos só proporcionavam a eles coisas boas, para torná-los felizes. Um avião passando era interpretado por eles que os “deuses” deviam ter comido de mais e agora arrotam. A “civilização” foi se aproximando deles, é interessante que as primeiras reações, que têm são ruins, advindas da sociedade “civilizada” por meio de um objeto, atirado no deserto por um irresponsável diga se de passagem, começa depois do inicio do seu uso, para o qual acham muitas utilidades, porem o que esta “coisa” – nomenclatura dada por eles – começa a produzir na comunidade é ruim, inveja, porfias, discussões e até violência, o que é corriqueiro, na sociedade chamada “civilizada”. Esses males que trouxe a “coisa má” – novo nome dado por eles depois dos desfechos – foi a tristeza e infelicidade da comunidade de Xi.
Como essa coisa má, trouxe infelicidade para sua família, ele resolve levar o objeto e jogá-la no fim do mundo, daí então depois de muitos dias de viagem ele tem os primeiros contatos com pessoas de sociedades diferentes, e na primeira delas se depara com a complexidade deste “mundo” é preso, é julgado é condenado, etc.
Todas estas coisas novas que acontecem com Xi agora são incógnitas, ele não compreende nada, e não há como entender, já que na sua comunidade, ninguém machuca ninguém, nem mesmo existe a palavra julgamento.
Por outro lado muito perto, para as noções de distância do “mundo civilizado”, a sociedade complexa e complicada, pelo “desenvolvimento” sociológico das grandes metrópoles, nos traz uma cena bastante comum, para nós principalmente o que retrata e impõe os meios de comunicação, a mídia, sobre civilização. A relação tempo/ação se fundem. Nesta civilização, cada minuto traz um símbolo, um código de valor para minhas ações, assim cada tic – tac do relógio é imperador ao individuo, e dita o que ele deve fazer naquele momento. É intrigante perceber esta corrida desenfreada, e quanto mais o individuo, se “desenvolve”, tanto mais, ele fica refém desta ditadura abstrata. Neste contexto vê-se também a grande diferença, uma coalizão de interesses. Destaca-se, por exemplo, o interesse da direção do jornal em que; Kate tenta editar uma matéria sobre a fome, e ouve seu chefe aos berros proibindo-a de fazê-lo. No mesmo contexto temos a visão da sociedade complexa, de o que significa o interior; quando Kate diz que vai para Botsuana , sua mãe imagina que ela vai para o meio do deserto onde não há nada. Botsuana tem cultura completamente diferente da cultura de Kate, é nisso que ela vê vantagem em trocar o seu complexo meio de vivencia por esta região pacata na áfrica, é um período de férias que ela almeja.
No transe de seu complexo ambiente, para a áfrica observamos um país “subdesenvolvido” com um sistema de governo em crise. Notamos aí uma categoria de sociedade diferente da vivida por Kate, mas também completamente mudado em relação à sociedade de Xi, e é neste contexto que vemos as maiores diferenças de culturas e como cada indivíduo lida com elas. Enquanto o Sr. Andrew Steyn , vive em um isolamento propositado pelo seu ofício, mas parece que ele mesmo tem aversão à socialização e convívio com outras pessoas. Não conhece nada sobre os boxímanes, muito embora esteja próximo, não se relaciona com estes, enquanto que Mpudi conhece a cultura e sabe respeitar sua diferencia sócio-cultural com muita honra. É interessante notar o indivíduo em questão; de uma linguagem esdrúxula usada no seu trabalho enquanto tenta solucionar o problema do carro, demonstra uma sabedoria e compreensão incrível quando tem, por exemplo, que ir ao tribunal ajudar no julgamento de Xi, ele tem uma sabedoria, que muitos não teriam, e resolve não inserir no contexto do mundo de linguagem de Xi, nem uma palavra nova, apenas defende-o, isso não resolve a situação, mas numa visita uma semana depois ele acha a solução para tirar Xi da prisão, e cumprir a pena imposta pelo tribunal. Já que Xi é um exímio conhecedor das coisas que eles estudam, o mesmo passa a ser um técnico em assuntos biológicos e auxiliar junto com Mpudi, do Sr. Andrew Steyn. Por onze semanas ele vive com eles e aprende alguma coisa sobre as outras culturas, mas me parece obvio que Mpudi procura respeitar as suas raízes culturais, e preservá-las.
Observa-se a interpretação não só de Xi, mas da sociedade Boxímane, no contexto ele os representa, portanto quando Xi se encontra com pessoas de cor clara acha engraçado e atribui a Srta. Thompson a condição de deus, quando Sr. Steyn faz a mesma atribuição, quando vê um veículo também associa a sua existência a de um deus, estranho, mas um deus. Estas relações se dão pelo estreito conhecimento exterior de mundo, mas na sua cultura ele pode ser considerado um doutor e é respeitado como tal. Não poderá jamais ser julgado por isso, mas para muitas pessoas certamente o será, aquelas que consideram que se não for de sua cultura, é selvagem, considerariam Xi, e sua comunidade, completamente selvagens, mas o que dizer de sua relação familiar, de comunidade, com os animais? Como é respeitoso com o ser vivo! Como vivem em plena harmonia!
CONCLUSÃO
Concluímos então, que as sociedades podem ter todo tipo de diferenças, mas precisam ser respeitadas, e porque não, preservadas? Se houvesse preservação o mundo não se teria tornado tão complexo, as leis e direitos, só são necessários pela complexidade e selvageria da sociedade “desenvolvida”, que ao invés de seguirem adaptados ao ambiente em que viviam se tornaram violentos e forçaram uma adaptação da natureza, à sua loucura de vida.
As plantas se tornam uma forçada existência para o deleite dos homens, vivendo em vasos, em ambientes restritos, com baixíssima qualidade de vida para elas. Enquanto os valores sociais de uma sociedade complexa é o capitalismo, a sociedade natural é a paz, harmonia, entre o ambiente e o individuo, o convívio entre o individuo e a sociedade, vivendo para apenas somarem valores uns com os outros. A sociedade natural e simples soma. A “desenvolvida” quer subtrair na natureza o que lhe favoreça capital, quer subtrair ao semelhante o que ele tem, para somar no seu celeiro, seja natural ou intelectual, tudo o que naturalmente não seria seu.
As sociedades diferentes podem até serem estudadas, mas de maneira alguma deve-se tentar alterá-la, adaptá-la à nossa maneira e conceito de vivencia e sociedade. As sociedades são distintas, e há diversidade de cultura, de lugar para lugar de região para região, país para país, cidade para cidade, bairro para bairro, de família para família, e até mesmo de indivíduo para individuo. Não é segredo que não possa ser avaliado, mas é particularidade que precisa ser respeitada.
BIBLIOGRAFIA
UYS, Jacobus Johannes (James); The gods must be crazy, África do Sul, 1980. Filme em ingles, legendado.
FERNANDES, Francisco; LUFT, Celso Pedro; GUIMARÃES, F. Marques. Dicionário brasileiro globo, 44. ed. São Paulo, SP, Editora Globo.
Os deuses devem estar loucos; http://pt.wikipedia.org/wiki/Os_deuses_devem_estar_loucos; português wikipedia, a enciclopédia livre; www.wikipedia.org/.