"Os Reis da Rua" (Street Kings)
"Os Reis da Rua" (Street Kings)
Depende. Qual a sua idade? É simples. Basta olhar no seu RG quantos dígitos existem antes do primeiro ponto. Se forem 2, tá liberado.
Ou, depende. Quantos filmes do gênero “policial” você já assistiu? É simples, ou você é virgem no ramo, ou veterano. Se for o número 2, paciência meu camarada, sou solidário.
Dois são os astros de “Os Reis da Rua/Sreet Kings” (supõe-se que o tradutor captou a mensagem).
Eis os astros: Forrest Whitaker e Keanu Reeves. O primeiro vale por dois. O segundo fez 2 filmes memoráveis.
O problema do veterano em filme policial é que ele não se controla. Triste sina. Daí, ao se deparar com os nomes dos astros em destaque, não pensa duas vezes.
Os Reis da Rua, porque, com um pingo de raciocínio, se você estiver na rua e eles aparecerem dizendo “mão na cabeça”, vai por mim, conselho de amigo, faça o que eles dizem.
Keanu encena o tipo “atiro primeiro”, não se preocupando, obviamente, com a necessidade de perguntar depois. O que vai lhe causar alguns inconvenientes com a corregedoria. Colocaram o House ( o dr., do seriado, sr. Hugh Laurie) como “O” corregedor.
Forrest, dizem que no filme sobre a vida do Idi Amim Dada, dá show de interpretação em 7 dimensões . Não vi. Um amigo viu e relata ter ficado bestificado.
Em “Kings”, Forrest faz o chefe do Keanu, um chefe do tipo “sou seu brother”, etc. Alguma coisa, entretanto, degringola no “Reis”.
Tem cheiro de roteiro.
Mas o filme anda. Dá pra assistir sem apertar o pause além da conta, (pra ver se a pipoca tostou bem dos dois lados).
Se você conhece o Forrest, ótimo, é um ator 1.000 kilates, se você conhece o Keanu também, então tá enturmado.
Street Kings quer falar sobre a selvageria/burocracia da mais nebulosa força policial do mundo, a LAPD. Que fica um tanto além da selvageria, quando morre um de seus membros, e um tanto aquém da burocracia, quando descobre que quem mata usa o mesmo uniforme.
Tem gente que já revirou esse assunto com muito mais destreza que o diretor David Ayer (esse é o segundo filme dele, na direção).
Por exemplo, “Dia de treinamento” e “Los Angeles, cidade proibida” são películas que abordaram o tema e entraram para o rol. Curiosamente, David Ayer é o roteirista do “Dia de treinamento”. Curiosamente, o mesmo autor do livro, que originou o “Cidade proibida” é o autor de outro livro, que originou esse filme. Uai? É a expressão que me ocorre...Afinal, esse pessoal conhece o molejo, mas, em dada altura, percebe-se uma certa falta de traquejo.
Assim, não foi o caso de se pensar que a galera da Warner estivesse na ronda, e dissesse para o primeiro transeunte: “mão na cabeça, você vai fazer um filme”. Mas, se leres o elenco principal de trás pra frente, verás o fundamento do pensamento: Cedric “The Entertainer” Kyles, Common, The Game...(aí eu não estou enturmado). Tem cheiro de Rhythm and poetry, um movimento bem legal, que começou no fim dos 70, mas que se desviou um tanto da proposta original. Tem cheiro, não estou afirmando, pois não pesquisei. Pode pesquisar. Basta um clique.
Dr. House apenas trocou o jaleco pelo distintivo e já tem seu próprio fã clube. Assim, a única surpresa é ele participar do show.
Forrest salva o que resta.
Com vista grossa dá para dizer: Keanu idem.
Das duas uma.
Mas seja rápido, senão o Keanu atira primeiro.