OS OLHOS DE LAURA MARS

Direção: Irvin Kershner;

Elenco: Faye Dunaway, Tommy Lee Jones, Brad Dourif, Raul Júlia, Lisa Taylor.

Origem/Ano de produção: EUA/1978;

Duração: 103 min.

OS OLHOS DE LAURA MARS é um filme do diretor Irvin Kershner (mais conhecido no Brasil por filmes como GUERRA NAS ESTRELAS II - O IMPÉRIO CONTRA-ATACA, 007 – NUNCA MAIS OUTRA VEZ e ROBOCOP II), com Faye Dunaway no melhor da sua forma e um Tommy Lee Jones em início de carreira, alem de contar com a presença sempre talentosa do ator Raul Júlia no elenco.

Produzido em 1978 e baseado num roteiro do diretor John Carpenter, o filme foi um dos grandes sucessos daquele ano, graças, principalmente ao apelo chamativo da atriz Faye Dunaway, que nos quatro anos anteriores protagonizara sucessos como INFERNO NA TORRE e CHINATOWN (1974), TRÊS DIAS DO CONDOR (1975), culminando com o filme que lhe daria o Oscar de melhor atriz, REDE DE INTRIGAS (1976).

Em OS OLHOS DE LAURA MARS, Dunaway interpreta Laura Mars, uma excêntrica fotógrafa de moda de Nova York, famosa pela criatividade e pelos escândalos. Ela construiu sua fama com fotos que misturam sensualidade e violência, ideia, aliás, bastante vanguardista para a época. Sua carreira vai de vento em popa, até que ela começa ter visões dos assassinatos de seus próprios colegas de trabalho. Para piorar, eles começam a morrer, de fato, deixando a fotógrafa desesperada por ver os assassinatos e não conseguir impedi-los. Sem outra saída, ela procura o investigador John Nelville (Tommy Lee Jones), na tentativa de conseguir desvendar o mistério daquelas visões e, consequentemente, impedir que seus amigos continuem sendo assassinados, mas acaba descobrindo que também faz parte da lista do assassino. A reviravolta final é bem interessante, deixando o espectador no escuro até os últimos momentos da película.

Evidentemente, por mais qualidades que possa apresentar, e em que pese a visão acertada do mundo da moda que vemos nos dias atuais, em plena década de 70, OS OLHOS DE LAURA MARS é um filme datado, pois não consegue fugir do estereótipo setentista dos figurinos à la "Os embalos de sábado a noite". Roupas e cenários demodè, figuras emblemáticas de uma época que não volta mais, numa Nova York pré era terrorista, um tanto inocente e muito distante da que conhecemos atualmente. Chega a ser curioso perceber a passagem do tempo através das lentes do diretor Irvin Kershner, que visivelmente, esforça-se para parecer moderno, mas que, sob o olhar atento de um espectador do século XXI, consegue parecer apenas engraçado. Mesmo assim tem seus bons momentos, como a clássica cena em que Laura fotografa suas modelos lutando de lingeries e casacos de pele em meio a carros batidos e em chamas, onde o diretor utilizou o trabalho de fotógrafo alemão Helmut Newton como inspiração. Newton, aliás, é o verdadeiro autor das fotografias que enfeitam a parede do estúdio de Laura Mars que aparecem no início do filme.

O papel de Laura Mars seria entregue, a princípio, a Barbra Streisand, mas ela recusou, alegando ser excêntrico demais. Deve ter se arrependido depois, pois o filme, que custou a bagatela de 7 milhões de dólares, arrecadou 20 milhões somente nas bilheterias americanas, tornando-se um dos campeões em bilheteria de 1978. Mas, para não ficar totalmente de fora da produção, deu o seu jeitinho de cantar a música tema, "Prisioner", que se transformou num hit instantâneo em fins dos anos setenta.

COTAÇÃO: REGULAR