KUNG FU PANDA
Direção: John Stevenson e Mark Osborne
Sinopse: Po, o Panda, acorda no sotão do restaurante de macarrão de seu pai depois de ter sonhado ser um destemido guerreiro lendário, comparável aos "5 Furiosos", os defensores do Vale da Paz: a Tigresa, o Louva-a-Deus, o Macaco, a Víbora e o Garça.
Desajeitado, gorducho e brincalhão, Po tem uma carreira promissora como herdeiro do restaurante de macarrão de Zeng, seu pai, que diz que "a sopa corre nas veias de nossa família" e tem guardado para a "hora certa" a revelação do segredo de sua "receita secreta"(!).
Enquanto isso, no Palácio de Jade, o Mestre Shifu, treinador dos "5 Furiosos", recebe a visita de Oogway, a lendária e sábia Tartaruga que anuncia que é a hora de escolher o próximo Guerreiro Dragão, pois o Vale da Paz corre perigo.
O perigo eminente é o leopardo Tai Lung, único prisioneiro da Fortaleza Shogun, protegida por mil rinocerontes armados. Acontece que Tai Lung foi o aluno de mestre Shifu no passado, e sua sede de vingança só aumentou a cada dia em que esteve encarcerado.
Somente o Guerreiro Dragão, escolhido pelo sábio Oogway, terá condições de enfrentar Tai Lung de igual para igual, pois terá acesso às instruções contidas no milenar Pergaminho do Dragão.
Com grande expectativa, toda a população do Vale da Paz se reúne numa arena para a escolha do Guerreiro Dragão. Po, que iria vender macarrão no evento, não resiste à curiosidade e arranja um jeito pouco convencional de participar da cerimônia e acaba sendo o Escolhido de Oogway.
No início, Shifu acha que foi um engano, pois os favoritos para ser o Guerreiro Dragão eram os seus 5 discípulos. Mas Oogway convence Shifu de que não houve enganos, e que é preciso acreditar que aquele urso "patético, gordo e desleixado com a higiene pessoal" vai derrotar o ágil e irado Tai Lung.
Opiniões dos Críticos:
Érico Borgo, do site Omelete: "(...) A cena com Po fora do templo onde está sendo conduzido o torneio para definir o Guerreiro Dragão é excelente por não mostrar nada do que está acontecendo lá dentro. A sugestão, através do som, um narrador e eventuais pirotecnias que escapam à edificação, é desesperadora. Assim como o Panda, que não consegue enxergar seus ídolos lá dentro, ficamos angustiados. Outro detalhe genial é a hilária relação do urso com o pai (um ganso!), que o filme deixa sem qualquer explicação, num delicioso momento nonsense. Se os dois são tão tapados e estão felizes daquele jeito, pra quê você vai querer saber suas origens? A cativante irrelevância desse momento é outro dos trunfos do texto, que inclui ainda outros detalhes divertidos, como o fato de todos os cidadãos serem "comida chinesa" (porcos, patos, coelhos...). "
Rodrigo Carreiro, do site Cine Reporter: "(...) a parte conceitual e visual do filme compensa os problemas com referências bem boladas ao estilo hiperativo de animação adotado pelos mangás japoneses. Algumas das seqüências de luta, por exemplo, adotam um truque esperto, inventado pelos orientais, para expressar a idéia de velocidade: mantêm os lutadores em primeiro plano, enquanto borram o cenário em movimentos rapidíssimos, como se podia ver em desenhos como “Speed Racer”. Há ainda um prólogo bem bacana, com uma seqüência de sonho animada de forma inteiramente manual, sem o uso de computadores e em 2D, na técnica chamada de “lanternas mágicas”, que já era utilizada antes mesmo da invenção do cinema, no século XIX."
Pablo Villaça, do site Cinema em Cena: "(...)se a seqüência em 2D que abre o filme é ambiciosa em sua estilização, o restante da narrativa, realizada em 3D, exibe uma lógica visual sem imaginação ou personalidade, limitando-se a enquadrar os personagens de maneira burocrática e pouco expressiva – e o máximo que os diretores Mark Osborne e John Stevenson conseguem conceber de “diferente” resume-se a alguns freeze frames que tentam extrair humor dos golpes de Tai Lung enquanto este ataca seus carcereiros. Por outro lado, o diretor de fotografia Yong Duk Jhun ao menos tenta tornar a experiência mais interessante (embora pouco original) ao banhar os flashbacks em um dourado nostálgico que se contrapõe aos tons cinzentos e frios que marcam as cenas protagonizadas pelo vilão."