WALL-E

Impressionante como um longa pode transcrever o possível destino da humanidade se a mesma continuar agindo de forma inconseqüente em relação ao planeta. O filme WALL-E traz vários interdiscursos implícitos em seu contexto. Dentre eles pude perceber temas atuais como: globalização, a grande produção de lixo seja orgânico ou tecnológico, aquecimento global, avanço tecnológico, obesidade e alimentação saudável, além de denunciar que nós seres humanos não costumamos olhar nos olhos um do outro.

Setecentos anos após um “cruzeiro espacial”, uma sonda (EVA) é enviada pelos humanos à Terra com a finalidade de investigar se há possibilidade de vida no planeta. Os únicos habitantes da Terra são WALL-E – um robô cuja diretriz é “limpar o planeta” e uma barata. Todos os dias, WALL-E compacta o lixo em blocos e guarda em sua “coleção” objetos que julgam interessantes, mesmo sem saber sua finalidade, como: isqueiros, patinhos de borracha, peças de outros robôs da mesma espécie, sapatos, fitas cassete etc. até mesmo uma plantinha é encontrada dentro de uma geladeira velha, sendo, cuidadosamente, inserida por WALL-E dentro de uma bota velha. Porém, tudo muda com achegada de EVA – por quem o nosso protagonista se apaixona. Isso mesmo. Um robô com sentimentos humanos. Lembra-se de “A.I. – Inteligência Artificial”?

WALL-E apresenta sua “casa” para EVA e, também, os objetos os quais coleciona, dentre eles sua plantinha. Justamente o que EVA foi procurar na Terra. Após scannear a planta e deparar-se com fotossíntese, sua diretriz é acionada, tendo seu sistema desligado, acionando a nave que não demora a resgatá-la. Preocupado, WALL-E segue para casa e pega “carona” na nave. Tudo para não abandonar EVA. Entra na nave e faz companhia para sua amada mesmo estando “desligada”. WALL-E se depara com inúmeros humanos obesos, sentados em uma poltrona flutuante, comandando, por voz, seus desejos (sombra, sucos, almoço...). Os humanos têm uma tela de TV através da qual conversam entre si. Detalhe: nunca andavam, nunca se falavam “offline”, nunca se olharam nos olhos... Após o contato com WALL-E, dois tripulantes descobrem, apesar dos anos em convivência, que na nave tem piscina, além das estrelas que podem ser vistas pelas janelas.

O filme trata questões importantes de convivência, de amor puro, de conscientização. Enfim, é um dos melhores filmes do ano de 2008, tanto em animação quanto em mensagem. É WALL-E quem “humaniza” o homem e traze-o de volta à sua condição humana. Vale a pena conferir!

Lenna Ventura
Enviado por Lenna Ventura em 03/07/2008
Código do texto: T1062706
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