Resenha para artigo "Avaliação de Green I.T. com ROI"

“Métricas de avaliação de TI: Como comunicar o ROI ao negócio”

Resenha do artigo relacionando-o ao tema “Green IT”

O termo “Green IT” (Tecnologia da Informação Verde) refere-se a uma nova tendência que vem surgindo junto com a necessidade cada vez mais crescente de economia de recursos naturais e controle do clima mundial. A idéia é não somente se preocupar com sistemas de informação melhores, mais rápidos e mais baratos, mas também com sistemas com responsabilidade ambiental, como por exemplo as tecnologias para videoconferência, que permitem muita economia porque reduz sensivelmente a necessidade de viagens e, conseqüentemente, o volume das emissões de carbono das empresas. Pesquisamos e descobrimos que o maior interesse atual em Green IT está nos “green data center”, incluindo reengenharia do site, virtualização, consolidação e uso de servidores que demandam menos energia.

Consideramos que a idéia é interessante e importante, pois qualquer iniciativa no sentido de economizar energia, poupar os recursos naturais, evitar a produção de lixo eletrônico, é louvável, especialmente se leva em consideração os efeitos na saúde – e na produtividade –dos usuários.

No que se refere às métricas de avaliação da Tecnologia de Informação, um retrospecto histórico apresentado no artigo mostra que houve uma alternância de postura dos CIOs em relação ao orçamento de TI das empresas: nos anos 1980, TI era vista como custo; depois, nos anos 1990, foi encarada como investimento, o que levou os executivos a despenderem vultosas somas com TI; e então, nos anos 2000, houve a percepção de que os investimentos maciços feitos nos anos 1990, já considerado o lag effect, não tiveram o retorno esperado, e por isso a TI voltou a ser considerada como custo.

Esse histórico, considerando a situação atual de encarar a TI como custo, deixa os CIOs numa situação problemática. Eles se deparam com pressões para justificar os gastos com TI, para convencer os demais executivos a investir em TI, e têm que fazer isso mostrando o valor da TI para o negócio, ou seja, os benefícios que a TI traz. Mas, ao mesmo tempo, os dados mostram que a TI não traz o retorno esperado, pois, por ser considerada como custo, os gastos com TI são cortados, de modo que ficam reduzidos os investimentos e, conseqüentemente, os benefícios trazidos pela TI. O mesmo ocorre com as tecnologias limpas, ou a green IT. Os investimentos precisam ser justificados para serem obtidos.

Assim, os gastos devem ser considerados de acordo com o contexto. É importante que a empresa tenha uma visão mais aprofundada sobre os gastos com TI que permita reduzir os custos de manutenção e infra-estrutura e, ao mesmo tempo melhorar a qualidade dos serviços. E, relacionando com as tecnologias verdes, o CIO também pode inserir processos que incentivem e gerenciem a reciclagem de equipamentos obsoletos, reduzindo o lixo eletrônico. Isso permite que os dólares sejam gastos em esforços que são para melhorar a produtividade.

Uma gestão inteligente da tecnologia e da green IT é essencial para obter o retorno desejado dos investimentos em TI. Os CIOs devem usar suas habilidades na ciência e arte de TI para gerenciá-las como o investimento que é crítico. O CIO é um gestor de fundos que precisa conquistar o direito ao seu retorno ao investimento para o risco assumido e deverá certificar-se de sua carteira é bem gerida.

A responsabilidade ambiental pode então ser mais uma variável a ser inserida nos estudos de avaliação e ROI das empresas quanto à sua adoção. Assim, as ações de TI estarão alinhadas com a estratégia de sustentabilidade ambiental da corporação!

Assim, tanto nos investimentos em TI como na adoção da green IT, o jeito para conquistar esse direito é adequar os termos do debate: se a TI for considerada como custo, então ela terá que ser reduzida; mas se é considerada como um investimento, então ela terá que ser gerida. O segredo é fazer com que o argumento fique convincente.

Aline Malanovicz, Débora Bobsin, Ionara Rech, Lisiane Selau

29/04/2008