SOBRE O AUTOR ANTÓNIO CASTRO
António Manuel Antunes de Castro
Professor, Escritor e Poeta Madeirense
Nasceu em Luanda, mas a Madeira é a sua terra natal por eleição, como costuma orgulhosamente afirmar pois,” a terra que nós amamos é a nossa terra”.
É Madeirense!
E ser madeirense não é só ter nascido na Região Autónoma da Madeira ou simplesmente amá-la e tê-la escolhido para sua terra natal. É sentir-se parte da terra, é defendê-la como sua, é servi-la com trabalho, dedicação e convicção, é por ela lutar de acordo com as suas armas, as suas capacidades e aptidões.
Portanto, para ser ilhéu de corpo e alma não é forçoso ter nascido na Ilha. Esse é um sentimento que vem de dentro, irreversível e, muitas vezes, num bairrismo saudável e quase inexplicável. Refiro-me a António Manuel Antunes de Castro, escritor, poeta, professor que tem dado mostras do que é ser madeirense, através das suas obras e poemas, onde o amor à terra que escolheu para ser a sua se revela em cada verso, em cada frase, nas entrelinhas do sonho feito realidade, no inconsciente das palavras poéticas com que nos presenteia em tudo o que escreve.
Com várias obras publicadas e uma vastíssima participação em Festivais da Canção com a letra de inúmeras canções, é já bem conhecido entre nós. Nas Escolas, é acarinhado pelos mais novos, que se deliciam especialmente com o seu livro de poesia, “Ser Criança”, dando largas à sua imaginação e criatividade com a ajuda dos respectivos professores. A sua poesia é vasta e variada e é com a facilidade dos bafejados pelo dom da escrita do belo e do poético que tem contribuído muito para os Festivais da Canção realizados na Madeira, quer para crianças, quer para adultos. Ao longo dos anos tem vindo a contribuir com as letras das canções participantes para o sucesso daqueles que as defendem com as suas belas melodias e não menos belas vozes.
Os seus poemas reflectem bem a sua alma de ilhéu, numa constante referência à Ilha, à sua beleza natural, às suas tradições, a sua preservação, numa criatividade espontânea e sem artifícios, na transparência de sentimentos e orgulho da terra que enaltece. Nas letras de muitas das canções dos vários Festivais do Faial em que participou e venceu, assim como em letras para CDs, a Ilha é a sua musa e os que as cantam são os mais fiéis emissários da sua divulgação, dentro e fora do território nacional, como muito recentemente aconteceu no 47º Festival do Sequim d´Oro, em Bolonha.
Quem conhece as suas obras vê retratada uma ilha no conhecimento profundo dos seus lugares e tradições, enaltecida no seu povo, engrandecida no desenvolvimento, perpetuada em palavras. António Castro consegue trazer para a tela do leitor pormenores e vivências onde o quotidiano madeirense se mistura com a espontânea magia da sua poesia, num brotar de sentimentos e acarinhar de sensibilidades, deixando a descoberto a sua alma, o seu viver, o seu amor e dedicação à Ilha, bem reconhecido nas palavras de alguém, sobre o seu trabalho dedicado à Ilha:
- “ (…)Emolduraste-a com a verdadeira arte da memória/ a arte da atenção ao belo, ao sentimento, à vida/ esculpida pela tua sensibilidade/ … / pintado em traço de artista/ escondido em palavras, frases, pausas/ saído da máscara da vida/ para só ao mar ser mostrado. (…)”.
O seu contributo à RAM passa também por um profissionalismo isento, humilde e natural, onde os valores que o regem estão acima de qualquer egocentrismo, alheio aos meandros do protagonismo cobiçado e fácil. Na Escola onde exerce, faz do seu local de trabalho por excelência, a Biblioteca, o espaço mais emblemático, reconhecido por toda a comunidade escolar, procurado e utilizado por todos os níveis etários. Nele os alunos reconhecem o professor amigo e compreensivo que, com tolerância e paciência, os orienta nos trabalhos, ajudando-os a transformar as dificuldades ou fracassos em riso de felicidade e oportunidades de aprender e vencer. É também aquele que incentiva alunos e professores, à realização de trabalhos cuidados e com qualidade, levando a sua escola às outras escolas, através do Suplemento Escolas do Jornal da Madeira, numa selecção rigorosa e isenta dentro dos vários níveis etários participantes.
É por este esforço contínuo e mudo, num equilíbrio constante, atento e persistente, vencendo com o seu trabalho a inclinação que as ladeiras madeirense lhe impõem, num querer atingir a planície da terra dos seus sonhos que António de Castro é e será sempre um dos nossos escritores, um Escritor Madeirense.
Silvina Serrão