A ÉTICA E A NATUREZA DA FELICIDADE - ARISTÓTELES-
ESCRITO POR
DURANT, Will. História da Filosofia:
São Paulo; Editora Nova Cultura de Paulo, 2000. 480p.
O autor, durante treze anos proferiu palestra sobre história, literatura e filosofia, que lhe proporcionaram a base para seus trabalhos posteriores. O grande sucesso de A História da Filosofia permitiu-lhe aposentar-se do magistério. Não infundada era a preocupação do autor, fruto de uma época, em que o conhecimento humano se torna incontrolavelmente vasto e cada vez mais inaccessível ao leigo.
A primeira publicação desta obra, em 1926. Ainda hoje, mais de oito décadas, A História da Filosofia se constitui em uma das mais importantes sínteses do pensamento filosófico ocidental.
O livro aborda um tema interessante de Aristóteles.
A ÉTICA E NATUREZA DA FELICIDADE. Páginas 90 a 94.
É composto de 9 (nove) parágrafos. Parágrafo I – À medida que ele evoluía e que moços se reuniam em grande número a sua volta (Aristóteles), para serem instruídos e formados, sua mente (Aristóteles) passava cada vez mais dos detalhes da ciência para problemas maiores e mais vagos da conduta e do caráter.
Passou a perceber mais claramente que, acima de todas as questões do mundo físico, pairava a questão das questões: Qual a melhor vida? Qual o bem supremo da vida? O que é virtude? Como vamos encontrar felicidade e satisfação? – Parágrafo II. Ele é realisticamente simples em sua ética. Seu treinamento científico evitou que ele fizesse a exortação enfadonha de idéias – super-humanas e desses vazios conselhos de perfeição.
Aristóteles começa reconhecendo francamente que o objetivo da vida não é a bondade pela bondade, mas a felicidade. “Porque escolhemos a felicidade por ela mesma, e nunca com vistas a qualquer coisa além dela; ao passo que escolhemos a honra, o prazer, o intelecto (...) porque acreditamos que através dessas coisas seremos felizes”.
Parágrafo III e IV. A principal condição para a felicidade, então, excluídos certos pré-requisitos físicos, é a vida da razão – a glória e o poder específicos do homem. A virtude, ou melhor, a excelência, irá depender de um julgamento claro, autocontrole, simetria de desejos, mestria dos meios; não pertencentes ao homem simples, nem é dom da intenção inocente, mas, a realização da experiência no homem plenamente desenvolvido.
Entretanto há um caminho até ela, um guia que leva a excelência, que pode poupar muitos desvios e demoras: é o caminho do meio, o meio-termo justo. As qualidades do caráter podem ser dispostas em tríades, e em cada uma das quais a primeira e a última qualidades serão extremos e vícios, e a excelência. Assim entre a concórdia e o arrojo está a coragem; entre a avareza e a extravagância, a liberdade entre a humildade e o orgulho, a modéstia.
O certo, então, na ética ou na conduta, não é diferente do “certo” na matemática ou na engenharia; significa correto, próprio, que funciona melhor para dar o melhor resultado.
Parágrafo V. A juventude é a idade dos extremos: “se o jovem comete uma falta, é sempre por excesso ou exagero”. A grande dificuldade da juventude (e de muitos dos mais velhos) é sair de um dos extremos sem cair no oposto. É obvio que essa doutrina do meio-termo é a formulação de uma atitude que aparece em quase todos os sistemas da filosofia grega. Parágrafo VI. Os sete sábios haviam criado a tradição ao gravarem, no Templo de Apolo em Delfos, o lema “meden agan” , ou seja, nada em excesso.
Parágrafo VII. O mais nobre dos auxílios externos à felicidade é a amizade. De fato, a amizade é mais necessária aos felizes do que aos infelizes, porque a felicidade é multiplicadora quando é compartilhada. É mais importante do que a justiça: “quando os homens são amigos, a justiça é desnecessária”. Parágrafo VIII. Embora os bens e os relacionamentos sejam necessários à felicidade, a essência desta continua dentro de nós, no conhecimento perfeito e na clareza da alma.
Parágrafo IX. O homem ideal de Aristóteles, entretanto não é um mero metafísico.
Ele é o melhor amigo de si mesmo e se delicia com a privacidade, ao passo que o homem sem virtude ou capacidade alguma é o pior inimigo de si mesmo e tem medo da solidão. Este é o super-homem de Aristóteles.
Este livro fornece, sem dúvida, bom subsídio para os filósofos e estudantes de filosofia que querem se aprofundar em Platão, Aristóteles, Bacon, Spinoza, Voltaire e outros tantos autores respeitados no campo filosófico.
Este trabalho seguiu as orientações do Livro Metodologia Científica do prof. Osvaldo Dalberio 3ª Ed 2004 – Editora Vitória Ltda – Uberaba MG.
PÉRICLES NEVES