AVALIAR PARA SERMOS AVALIADOS

Muito se tem falado sobre avaliação, porém resta-nos uma questão que vem continuamente à tona nas discussões sobre o saber construído em sala de aula e as formas de aferir este conhecimento, nosso sistema avaliatório engrandece o aluno ou afasta-o da sala de aula criando um efeito cascata de evasões e a conseqüente castração psicológica.

Segundo Vasconcelos , o grande desafio consiste em tornar a sala de aula em um lugar agradável, um local propício para a construção do conhecimento, para isso o professor deve ter clareza no contato com o aluno, a definição dos papeis previamente estabelecidos (professor e aluno). O autor mostra-nos ainda, que os problemas e choques decorrentes da interação aluno e professor têm-se resolvido de forma autoritária a base do instrumento mais estigmatizante e cruel – a nota, muitas vezes aplicadas a partir dos primeiros anos letivos este instrumento vicia e aliena criando no aluno a falsa sensação que existe necessidade de estudar somente véspera de exames avaliatórios e que todo esforço deverá ser empregado apenas no intuito de alcançar uma nota na próxima prova.

Se conseguíssemos tornar as aula agradáveis aos olhos de nossos alunos tudo seria irremediavelmente mais fácil, porém quem disse que a vida é fácil. Como resultado de uma pesquisa sobre reprovação escolar, o desinteresse alcançou a fausto índice de 73% e em segundo lugar foi apontada a negligencia dos pais com 45%. Logicamente esta pesquisa foi feita com professores, mas o jogar a culpa no alunado ou nos pais, não seria apenas uma forma de defesa? No seu Blog Marcus Sérgio , aponta potenciais causas e conseqüências desta enfermidade que é a luta alunos X professores.

Alguns professores utilizam à nota não apenas como instrumento aferidor do conhecimento, mas também como arma disciplinadora, a qual o aluno deve temer, da mesma forma que os escravos temiam os castigos físicos impostos pela desobediência ou indisciplina, ressaltando que no caso da nota temos uma pratica com requintes de crueldade pois, a nota não constitui-se uma tortura física, mas, a mais letal e eficiente arma de tortura psicológica que com certeza marcará as vitimas para o resto de sua vidas. Também levando o aluno a relacionar-se com conteúdos apenas em busca de uma nota, constituindo desta forma uma prostituição intelectual. Concluímos que esta falta de motivação afasta o aluno da escola, já que este desconhece a escola como fomentador de conhecimento, será que não deveríamos levar em conta isto ao invés de afirmar que nossos alunos não querem nada com nada? Qual a melhor estratégia para seduzir o aluno, reclamar ou valorizar seus conhecimentos prévios? Alguns alunos desde cedo afastam-se da escola e buscam canalizar suas energias em tarefas extra escolares, porém faz parte da tarefa de educador correr atrás de seus educandos como um galináceo em busca dos filhotes que aventuram-se em um mundo novo e misterioso.

A avaliação não é um processo alheio à educação, ela é uma forma de averiguar conhecimentos em busca de corrigirem falhas na busca pelo ensino atuante e comprometido com o aluno, em busca de um desenvolvimento concreto. É evidente que não podemos ensinar sem avaliar, pois a avaliação corrige falhas inerentes ao comportamento humano ou a má interpretação dos conteúdos.

Atualmente vemos professores mais preocupados em quantificar e qualificar seus aluno que, em buscar meios para transmitir conhecimentos de formas mais agradáveis e competitivas com um mundo globalizado e tecnologicamente avançado, para este professores deveríamos lembra-lo que Rousseau , em sua obra mostra que a educação é um projeto de vida e não uma atividade complementar, ou seja, o verdadeiro educador o é em tempo integral e não apenas nos poucos minutos que duram seu processo de transmissão de conhecimento (aula).

Resgatemos o verdadeiro espírito educacional, pois precisamos entender que a educação funciona como bálsamo para as doenças que destroem a vida em sociedade.

REFERENCIAS:

Celso Vasconcellos, membro do Conselho Editorial da Revista Educação, da AEC, responsável pelo Centro de Pesquisa, Formação e Assessoria Pedagógica Libertad, SP, é defensor de uma educação que promova, de fato, a aprendizagem e a autonomia dos educandos.

Marcus Sérgio Germano de Araújo, aluno do Curso de Pedagogia, endereço eletrônico http://msgda1.blogspot.com/