Os Filhos da Paixão 2

Sequência:

"Por sua boca, dizemos na fábrica, nos estádios, nas praças que este país não tem mais donos.

Em 84 viramos multidão. Imundamos as ruas. Somamos nosso grito de ao grito de todos. Depois gritamos sozinhos. E choramos a derrota sob nossas bandeiras.

88 como aprender a governar e desenhar em cada passo, em cada gesto a cada dia, a vida nova que nossa boca anunciou?

89; encarnamos a tempestade. Assombrado;s pela vertigem dos que desatamo;s. Venceu a solidez da mentira, , do pre--conceito.

Dois anos depois pintamos a cara, como tantos, e fomoa pra rua inventar o arco-iris e a indignação

Dessa vez a fortalez a ruiu diante de no;ssos olhos.

E só havi.a ratos depoi.s dos muros.

A fortaleza agora está vazia. Ou povoada de fantamas.

O caminho que conduz a a ela passa por muitos lugares.

Caravanas

Pelas estradas empoeiradas, pela esperança empoi.erada do povo, pelos mandacarus e juazeiros, pelos seringais, pelas águas da Amazônia, pelos pampas, pelos cerrados e pelos babaçuais, mas sobretudo pela invencível alegria que o rosto castigado da gente que demostra a sua

passagem.

Arevolução que acalentamos na juventude faltou.

A vida não. E não há nada mais revolucionário que a vida.

Fixa suas próprias regras.Marca a hora e se põe diante de nós, incontornável.

Os filhos da margem têm os olhos po stos sobre nós.

Eles sabem, nós sabemos que a vida não concederá uma terceira oportunidad e.

Hoje, temos uma cara. Uma voz . Uma bandeira.Temos sonhos organizados

Queremos um país onde não se matam criaças que escaparam do frio, da fome da cola de

sapateiro.

Ondeb os filhos da margem tenham direito a terra, ao trabalho , ao pão. ao canto, á dança, ás histórias

que povoam nossa imaginação, ás raízes da nossa alegria.

Aprendemos que a construção deste país não será obra apenas de nossas mãos.

Nosso retrato fu,turo resultará da desencontrada multiplicação dos sonhos que desatamos."

Pedro Tierra.

1994.

A tempo; o petismo é isso aí!...

Lair Estanislau Alves.