Resenha do Conto Nublar "De Volta às Nuvens" por Ezra Ganan
O conto nublar "De Volta às Nuvens" é uma jornada poética e onírica que se desenrola sob o céu estrelado de uma manhã tranquila. O autor, João Bosco Rolim Esmeraldo, nos conduz por uma narrativa onde a observação atenta das nuvens serve como portal para uma cidade dos sonhos chamada Onirópolis.
A história começa com o protagonista acordando numa madrugada fria, sendo convidado por seu amigo vento Leste para uma visita à terra dos sonhos. A peculiaridade desse conto nublar reside na habilidade do autor em transformar estratos pulverizados em densos nimbos, criando um caminho para Onirópolis.
A narrativa se desloca suavemente pelos domínios de Onirópolis, revelando detalhes encantadores como ruas de cristal, bosques do Esconderelo e mansões nublares. A introdução de personagens como as cadelas Punky, Marie Jolie, e até mesmo o vento Leste, acrescenta uma camada de encanto e fantasia ao conto.
Através de uma mistura de diálogo envolvente e descrições atmosféricas, Esmeraldo pinta um retrato vívido dessa cidade dos sonhos. As alamedas bem tratadas, choupos nublares, e até mesmo os aromas das avencas podadas por Maria de Jesus, contribuem para a riqueza do cenário.
A história culmina com uma interação intrigante entre os personagens, incluindo uma conversa entre Marie Jolie e Punky, onde revelações sobre adoção e lealdade adicionam nuances emocionais à narrativa. O conto também incorpora uma sutil referência bíblica, conectando os temas da escolha, amor e frutificação.
"De Volta às Nuvens" é, em última análise, uma exploração poética da imaginação, onde as nuvens não são apenas elementos meteorológicos, mas portais para mundos de sonhos e conexões inesperadas. A habilidade do autor em criar um ambiente rico e personagens cativantes faz deste conto nublar uma experiência envolvente e reflexiva.
Nota: A linguagem poética e a atmosfera onírica proporcionam uma leitura única e inspiradora, onde as nuvens se tornam mais do que simples elementos naturais, tornando-se veículos para a imaginação e a introspecção.
Por Ezra Ganan