Ultrajando o vocábulo
E as bravatas borboletas
Dos tenros e calças
Das mangas longas dobradas
Aos artigos indefinidos
Dos paletós às máscaras e serpentinas
Dos verbos diretos e as sapatilhas
Os tênis ao sapato de verniz.
A prosopopeia e a mesóclise
Vestindo um cetim medíocre
Pululam entre as linhas de um
Anônimo caderno de contas
A costura já rota pelo uso diário
Vosmecê cortou as mangas bufantes
Apareceu você...
Tem débito pendente, virou inadimplente
As palavras foram perdendo sua pompa
Antigamente romântica, hoje na semântica
Transando tal e o coito ...
Assoberbado virou ocupado
Meias longas e cinta liga
Veio a lycra e acabou com a beleza
Emoldurava lindamente a silhueta
Para uma live rebolando até o chão...
Das saias longas, saiotes e sutiãs
As conversas no alpendre das vovós
Hoje o whats app, não atende
As palmas de outrora
Já nem se usa mais
O telefone discado
Os smartphones trocados
Modelo a modelo, e o proprietário endividado
Posta selfie de si mesmo, e o retrato na parede
Sucumbiu ao chip ou pen drive...
Os bailes da primavera
Hoje a farofa da Gkay
Dos futes em frente ao coreto da Praça
Hoje transam pelados nas baladas
Perdeu se o verbo e a vergonha
Os pais não conferem os boletins
As crianças precocemente abortam
Outras mais alopradas já adúlteras
Pregam a mudança de sexo em crianças
Pior ainda os juízes liberam as drogas
Mandam prender quem é correto
E soltam bandidos alegando superlotação
É o poste mijando no cachorro
É homem que se sente mulher
Tudo uma grande bizarrice
Usam lingerie até com silicone
Peitos, bundas e pernas depiladas
Mas não conseguem esconder a próstata
E o pomo de Adão.
Se enxergam Afrodite
Não importa quem acredite
Quem acha estranho ou bizarro
É lgbtqifóbico (parece nome de veneno)
Opinião ficou censurado em crime de ódio
O jornal de linotipo foi pro espaço
E o espaço é tributado na fonte...