QUANDO PENSAR É RENASCER...

"Viver é a coisa mais rara do mundo, a maioria das pessoas apenas existe".Oscar Wilde

Depois que descobri por mim mesma como é que se pensa, nunca mais acreditei no pensamento dos outros. Clarice Lispector.

E em tempos de NATAL...segue uma resenha em homenagem AO NOSSO CONTÍNUO renascimento. (Mavi)

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Não faz muito tempo que entrei em contato com a sua vida e com a sua obra, aliás, uma ínfima e belíssima parte do tudo que pensou, ensinou,viveu e escreveu.

Precisaria-se do "livro da vida" para registrá-lo em toda a sua grandeza, e talvez ainda nos faltassem páginas para tantas maravilhas...

"CONFISSÕES", me chegou às mãos através duma amiga querida, que ao descobrir que me interessava por aquela espiritualidade de vida, me presenteou com a obra, parte da coletânea "Patrística", que ensina sobre os "pais da igreja" e as fontes do "CRISTIANISMO", num movimento que surgiu na europa por volta dos anos de mil novecentos e quarenta, especilalmente na FRANÇA.

Confissões, UMA AUTOBIOGRAFIA, conta a vida de SANTO AGOSTINHO e toda a sua transformação espiritual gradativa que o levou até Deus.

Saiu do total ceticismo religioso, duma vida totalmente desregrada, e já homem feito, partiu para a mais fervorosa expressão de fé e encontro com Deus.

Um livro MARAVILHOSO, não apenas no que se refere ao conteúdo teológico, como filosófico profundíssimo, aonde expõe o amplo alcance que o seu pensamento humano pode atingir, ou seja, metafisicamente foi muito além do que os seus olhos podiam enxergar.

A espiritualidade e a inteligência do pensador são de ESPANTAR E ENCANTAR.

Na obra, observa-se a sua filosofia sobre todos os campos da ciência.

Há um capítulo em especial em que AGOSTINHO versa sobre a arquitetura e funcionamento da memória, aonde temos a impressão de que um exímio fisiologista e anatomista assume o assunto.

Sua obra literária também influenciou o Direito que até hoje nos rege.

Poeta, também sabia se dirigir a Deus através da beleza na união do sentimento com a expressão em palavras.

Após sua conversão religiosa, combateu o Maniqueísmo, cuja dualidade negava, posto que acreditava apenas na existência do bem, e que o mal seria a expressão das "partes boas" em desarmonia com o todo bom.

Dos seus escritos brotam todos os sentimentos que embelezam a alma.

Chamou-me muita atenção o relato de sua dor frente a morte do melhor amigo, e do seu profundo questionamento a respeito da amizade, das perdas e da passagem pela vida.

A partir da leitura de CONFISSÕES percebi que fortaleci minha fé.

Vale conhecer.

Segue um seu pensamento sobre A MORTE, que ontem me chegou às mãos numa cerimônia religiosa...me inspirando a presente resenha.

Após... "um pouquinho" de sua vasta sua biografia.

A MORTE NÃO É NADA

Santo Agostinho

"A morte não é nada, eu apenas passei para o outro lado do caminho

Eu sou eu, vocês são vocês.O que eu era para vocês eu continuarei sendo.

Me dêem o nome que vocês sempre me deram, falem comigo como sempre fizeram.

Vocês continuam vivendo no mundo das criaturas, e eu estou vivendo no mundo do criador.

Não utilizem um tom solene ou triste, continuem a rir daquilo que nos fazia rir juntos.

Rezem, sorriam,pensem em mim.Rezem por mim.

Que meu nome seja pronunciado como sempre foi,sem ÊNFASE de NENHUM tipo.Sem nenhum traço de sombra ou tristeza.

A vida significa tudo o que ela sempre significou, o fio não foi cortado.

Por que eu estaria fora dos seus pensamentos agora que estou apenas fora de suas vidas?

Eu não estou longe, apenas estou do outro lado do caminho...

Você que aí ficou, siga em frente, A vida continua...LINDA E BELA COMO SEMPRE FOI."

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AGOSTINHO DE HIPONA

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.(Fonte/internet/ google)

Santo Agostinho de Hipona

Bispo, Padre da Igreja e Doutor da Igreja (Doctor Gratiae)

Nascimento 13 de Novembro de 354 em Tagaste, Argélia

Falecimento 28 de Agosto de 430 em Hipona, Argélia

Venerado pela maioria das comunidades cristãs

Festa litúrgica 28 de Agosto

Padroeiro: teólogos, agostinianos, cervejeiros e impressores.

Polêmicas Combateu as heresias do Maniqueísmo, do Donatismo e do Arianismo.

Aurélio Agostinho (do latim, Aurelius Augustinus), Agostinho de Hipona ou Santo Agostinho foi um bispo católico, teólogo e filósofo que nasceu em 13 de Novembro de 354 em Tagaste (hoje Souk-Ahras, na Argélia); morreu em 28 de Agosto de 430, em Hipona (hoje Annaba, na Argélia). É considerado pelos católicos santo e Doutor da Igreja.

Vida

Agostinho cresceu no norte da África colonizado por Roma, educado em Cartago. Africano pela lei do solo, romano pela cultura e língua, e cristão por educação. Criança alegre, buliçosa, entusiasta do jogo, travessa e amante da amizade, não gostava muito de estudar porque os mestres usavam métodos agressivos, e, não eram para ele, sinceros. Ante os adultos se revelou como "um menino de grandes esperanças", com inteligência clara e coração inquieto.

Agostinho, jovem, de temperamento impulsivo, se entregou com afinco ao estudo e aprendeu toda a ciência do seu tempo. Chegou a ser brilhante professor de retórica em Cartago, Roma e Milão. Em sua busca afanosa viveu longos anos com ânimo disperso. Vazio de Deus e agarrado pelo pecado, a vontade "sequestrada", errante e peregrina, "enganado e enganador". Mas, seu coração, sempre aberto à verdade, chegou ao encontro da graça pelo caminho da interioridade, apoiado pelas orações de sua mãe, que na infância lhe havia marcado com o sinal da cruz.

A despeito de ter recebido na infância uma educação cristã da mãe, Santa Mônica, em nenhum momento de sua juventude Agostinho ardeu de entusiasmo pelo cristianismo. Foi a busca de um caminho para uma vida mais elevada, da qual não desistiu enquanto não se deu por satisfeito em responder as perguntas que o incomodavam. E esta busca o elevou ao mais alto grau da capacidade intelectual da mente humana.

Seguiu o Maniqueísmo nos seus dias de estudante e se converteu ao cristianismo pela pregação de Ambrósio de Milão. Foi batizado na Páscoa de 387 e retornou ao norte da África, estabelecendo em Tagaste uma fundação monástica junto com alguns amigos. Em 391 foi ordenado sacerdote em Hipona. Tornou-se um pregador famoso (há mais de 350 sermões dele preservados, e crê-se que são autênticos) e notado pelo seu posterior combate à heresia do Maniqueísmo. Defendeu também o uso de força contra os Donatistas, perguntando "Por que (...) a Igreja não deveria usar de força para compelir seus filhos perdidos a retornar, se os filhos perdidos compelem outros à sua própria destruição?" (A Correção dos Donatistas, 22-24)

Permaneceu como bispo de Hipona até sua morte em 430. Deixou seu mosteiro, mas manteve vida monástica em sua residência episcopal. Deixou a Regula para seu mosteiro que o levou a ser designado o "santo Patrono do Clero Regular", que é uma paróquia de clérigos que vivem sob uma regra monástica.

Aurélio Agostinho destacava-se entre os Patrísticos assim como Tomás de Aquino se destacou entre os Escolásticos. E, como Tomás de Aquino se inspirou na filosofia de Aristóteles, e foi o maior vulto da filosofia metafísica cristã, Agostinho inspirou-se em Platão, ou melhor, no neoplatonismo. Agostinho, pela profundidade do seu sentir e pelo seu gênio compreensivo, fundiu em si mesmo o caráter especulativo da paidéia grega com o caráter prático da humanitas latina, ainda que os problemas que fundamentalmente o preocupavam fossem sempre os problemas práticos e morais: o mal, a liberdade, a graça, a predestinação.

Santo Agostinho escreveu mais de 400 sermões, 270 cartas que se assemelham a tratados doutrinários e 150 livros, mas muito pouco de sua obra foi convertida para o português.

No ano de 391 é proclamado sacerdote pelo povo, e cinco anos mais tarde, os cristãos de Hipona o apresentaram para o Episcopado. Consagrado Bispo de Hipona, título de serviço e não de honra, converte a sua residência em casa de oração e tribunal de causas. Inspirador da vida religiosa, pastor de almas, administrador de justiça, defensor da fé e da verdade. Prega e escreve de forma infatigável e condensa o pensamento do seu tempo.

Foi Santo Agostinho quem inaugurou a literatura confessional, e o seu livro Confissões tem no mundo ocidental medieval importância talvez tão grande quanto a que é dada a Odisséia ou a Divina Comédia na Antiguidade Clássica.

Em Confissões, escrito quando ele ainda tinha 43 anos de idade, Agostinho narra sua vida, contada com suavidade, parece a história de uma alma, "onde se revelam os prodígios da graça em uma natureza rebelde e decaída"

Agostinho morreu em 430, durante o cerco de Hipona pelos Vândalos. Diz-se que ele encorajou seus cidadãos a resistirem aos ataques, principalmente porque os Vândalos haviam aderido ao arianismo, que Agostinho considerava uma heresia.