DESCOMPASSOS
Um texto de Belvedere Bruno
(Análise crítica)
Maria José Limeira
À margem do debate estéril sobre vírgulas,não-vírgulas e contra-vírgulas que esse texto"Descompassos", de Belvedere Bruno, ensejou, o que podemos dizer sobre ele é isto:Trata-se de prosa tipo "eu-confesso", encontrada aos montes em todos os espaços literários da internet,cujo tema (dor-de-cotovelo ou amores mal-resolvidos),
em livros de papel e lápis, os românticos já esgotaram em séculos que lá se vão... e com todas as letras.
Historicamente, portanto, a postura de lamento pós-separação é velha e cansada, diferente do"levanta-sacode a poeira-dá volta por cima", maiscondizente com o costume atual.Mesmo assim, o texto se salva pela competência daautora em conduzi-lo, ainda que beirando a "pieguice"como alguém lembrara.É um texto curto, em linguagem simples e sóbria, decomunicação rápida e sem mais delongas, carregado desentimentos e ardências.Interessante na crônica é que o eu-lírico se debruçasobre um fato consumado (a separação), sem especificar claramente o objeto perdido, o qual poderia ser um homem amado, ou talvez um filho, ou ainda alguém a quem o sujeito se ligara afetivamente e pelo qual fora abandonado.
Essa particularidade dá ao discurso uma gradação cujo resultado cabe ao leitor vislumbrar.
Na verdade - verdade mesmo! - é que não entendemoscomo em meio aos encantos e desencantos do texto - as crônicas dessa autora são sempre belas, elegantes e
parcimoniosas! - alguém pode ver nele somente vírgulas fora de contexto, fazendo disto um"cavalo-de-batalha".Ora, virgulas!!!
(Maria José Limeira é escritora e doce jornalista
democrática de João Pessoa-PB).
Um texto de Belvedere Bruno
(Análise crítica)
Maria José Limeira
À margem do debate estéril sobre vírgulas,não-vírgulas e contra-vírgulas que esse texto"Descompassos", de Belvedere Bruno, ensejou, o que podemos dizer sobre ele é isto:Trata-se de prosa tipo "eu-confesso", encontrada aos montes em todos os espaços literários da internet,cujo tema (dor-de-cotovelo ou amores mal-resolvidos),
em livros de papel e lápis, os românticos já esgotaram em séculos que lá se vão... e com todas as letras.
Historicamente, portanto, a postura de lamento pós-separação é velha e cansada, diferente do"levanta-sacode a poeira-dá volta por cima", maiscondizente com o costume atual.Mesmo assim, o texto se salva pela competência daautora em conduzi-lo, ainda que beirando a "pieguice"como alguém lembrara.É um texto curto, em linguagem simples e sóbria, decomunicação rápida e sem mais delongas, carregado desentimentos e ardências.Interessante na crônica é que o eu-lírico se debruçasobre um fato consumado (a separação), sem especificar claramente o objeto perdido, o qual poderia ser um homem amado, ou talvez um filho, ou ainda alguém a quem o sujeito se ligara afetivamente e pelo qual fora abandonado.
Essa particularidade dá ao discurso uma gradação cujo resultado cabe ao leitor vislumbrar.
Na verdade - verdade mesmo! - é que não entendemoscomo em meio aos encantos e desencantos do texto - as crônicas dessa autora são sempre belas, elegantes e
parcimoniosas! - alguém pode ver nele somente vírgulas fora de contexto, fazendo disto um"cavalo-de-batalha".Ora, virgulas!!!
(Maria José Limeira é escritora e doce jornalista
democrática de João Pessoa-PB).