“X” volume 12: heróis fracassando

“X” volume 12: heróis fracassando

Miguel Carqueija

 

As cenas de combate em “X” continuam mais confusas que um ciclone. Será que existe gente capaz de decifrar o que realmente acontece nesses turbilhões de poder?

No fundo o quarteto CLAMP desperdiça o seu talento que poderia ser melhor utilizado.

Kamui se recrimina por não conseguir fazer nada diante da ação de seus inimigos. Nessa história toda a menina Yuzuhira também observa que não fez nada. Mas, nem estava perto. Ela também busca animar Subaru, que perdeu uma vista no último combate.

Kamui, por sua vez, manifesta sua preocupação em aperfeiçoar seus poderes. Como um “dragão do céu”, destinado a proteger a Terra, ele deveria ser capaz de criar barreiras para segurar terremotos — mas não é capaz.

A própria vidente cega, Hinoto, que mora no subterrâneo do palácio governamental (na verdade um arranha-céu) declara que “apenas os dragões do céu” possuem a resposta. Mas ninguém ainda ensinou o Kamui.

 

Resenha do volume 12 de “X”, da CLAMP, “Subaru X Sumeragi”. Editora JBC, São Paulo-SP, sem data. Editora Kadokawa, Tóquio, Japão, 1992. Tradução: Arnaldo Massato Oka. História e roteiro: Nanase Ohkawa. Desenhos: Mokona Apapa. Direção de arte: Mick Nekoi. Assistente de arte: Satsuki Igarashi. Capa de Mokona Apapa.

 

“O futuro ainda não está definido.”

(Kotori)

 

“O arrependimento é uma emoção feita para que você pense em como agir da próxima vez.”

(Sorata Arisugawa)

 

“Quando eu tinha acabado de chegar em Tóquio, eu achava que todos os que cruzavam o meu caminho eram meus inimigos.”

(Kamui Shirou)

 

Aqui se dá mais informações sobre o misterioso ser do Laboratório Nataku, “um ser vivo clonado”. Aí se conta uma história escabrosa sobre a neta de um cientista, a garota que se chamava Kazuki, morta em criança de alguma doença incurável. “E o meu filho”, diz o velho cientista, “que chefiava a divisão de pesquisa da Farmacêutica Tojo, decidiu ressuscitá-la”. Nessa loucura (impossível ressuscitar uma pessoa por clonagem, a alma já seguiu seu destino) juntaram o útero de Kazuki com partes do corpo do pai, que se sacrifica visando a ressurreição da menina. Mas não é ela: é um ser híbrido, clonado, com aparência masculina, “mas, na prática, ele não tem sexo... nem sentimentos”.

No fim, por que colocar um elemento de manipulação genética numa história de poderes preternaturais que desencadeiam o possível fim do mundo?

 

Rio de Janeiro, 21 de julho de 2022.

 

Os combates são incompreensiveis.