“X” volume 11: entre a escola e a guerra
“X” volume 11: entre a escola e a guerra
Miguel Carqueija
Este volume traz um pouco de variação na trama , com Kamui, Sorata, Arashi e Yuzuhira, aproveitando uma certa trégua na luta, simplesmente vão à escola, o Kamui com gravata e tudo.
Isso não impede que, ao longo do mangá, continuem a ocorrer lutas bizarras e uma parafernália de imagens incompreensíveis. A personagem Yuzuhira, uma adolescente, parece muito inocente para estar participando, com seu cão invisível, de uma luta de proporções cósmicas. O Sorata é muito largada para parecer um herói, um dos “sete selos” que devem salvar a humanidade da extinção.
Resenha do volume 11 de “X”, da CLAMP, “Kamui versus Kamui”. Editora JBC, São Paulo-SP, sem data. Editora Kadokawa, Tóquio, Japão, 1992. Tradução: Arnaldo Massato Oka. História e roteiro: Nanase Ohkawa. Desenhos: Mokona Apapa. Direção de arte: Mick Nekoi. Assistente de arte: Satsuki Igarashi. Capa de Mokona Apapa.
“Está para começar a última lenda do planeta Terra.”
(Narração)
“Você deve decidir o seu destino.”
(Kanoe para Kamui)
“Eu não gosto muito de terremotos. Afinal, não tem como a gente deter um.”
(Keiichi Segawa)
“Será que eu tenho realmente esse poder?”
(Shirou Kamui)
Uma coisa estranha é a impotência de Kamui diante de inimigos como Fuuma, um dos “sete anjos” que desejam destruir a humanidade e diante das catástrofes — os terremotos que vão acabando com as barreiras de Tóquio — quando ele, Kamui, ainda sem saber das lutas que o aguardavam, demonstrou tanto poder logo no primeiro volume, quando retornou a Tóquio.
Esta história revela o lado sanguinário e cruel (em sentido ficcional, é claro) do quarteto CLAMP, as quatro mangakás que se tornaram uma lenda no Japão, e que criaram séries ingênuas como “Angelic Layer”. De fato, há muita crueldade e muito sangue derramado ao longo dos volumes. Agora temos o ciborgue Nataku, criado secretamente num laboratório, cujos dados aliás “hakeados” e que acaba escapando. O Fuuma, antes amigo de infância de Kamui, agora é seu inimigo mortal, e demonstra inacreditável perversidade.
Acho que esta série nada acrescenta de útil à obra de CLAMP.
Rio de Janeiro, 24 de junho de 2022.