EVANGELION, 2ª DAMA DE FERRO volume 1: convocação misteriosa

EVANGELION, 2ª DAMA DE FERRO volume 1: convocação misteriosa

Miguel Carqueija

 

“Evangelion” é uma franquia por demais conhecida no mundo dos quadrinhos e desenhos japoneses. Eu já tive ocasião de assistir muitos episódios da série, talvez há umas duas décadas. Mas não cheguei a entender bem a trama, cujo aspecto religioso parece ser ilusório.

Este mangá é uma segunda série em relação ao mangá original, visto que, conforme a explicação editorial, conta a mesma história, só que não do ponto de vista dos cientistas mas dos estudantes adolescentes convocados pela organização NERV, da ONU, na cidade de Tóquio-3.

O argumento básico está defasado, pois supõe a queda de um meteoro gigante na Antártica no ano 2000, o “Segundo Impacto” como chamam (não sei o que terá sido o primeiro), seguindo-se guerras e catástrofes. Então em 2015 a humanidade começa a ser atacada por gigantes luminosos chamados de “Anjos” que vêm não se sabe de onde. A NERV, criada para enfrentar a emergência, concentra-se na fabricação de mechas (robôs gigantes de combate) para enfrentar os invasores, mas por alguma razão os mechas têm de ser conduzidos por adolescentes. Assim a convocação é para selecionar três, pois há três mechas prontos, que são chamados de “Evangelions”.

Eu não sei o porque dessa conotação religiosa, mas a trama é sabidamente complexa.

 

Resenha do volume 1 do mangá “Neo Gênesis Evangelion, the Iron Maiden 2rd”, de Fumino Hayashi. História original de Guinax. Conrad Editora do Brasil Ltda., São Paulo-SP, 2005. Kadokawa Shoten Publishing Co., Ltd., Tóquio-Japão, 2004. “Copyright” 2003 de Guinax. Tradução: Drik Sada. Capa: Marcelo Ramos Rodrigues e Joe HW (colorização).

 

“Você não consegue fazer nada direito sem a minha ajuda.”

(Asuka Langley Soryu para Shinji Hikari)

 

“Desde tempos remotos a humanidade sempre oprimiu e perseguiu o que estava além da sua capacidade de compreensão.”

(Kaworu Nagisa)

 

“O que essa aí tá fazendo aqui?”

(Asuka Langley Soryu)

 

“Essa aí” tem um nome. Eu me chamo Ayanami.”

(Rei Ayanami)

 

Com a inventiva comum aos japoneses, o mangá de Fumino Hayashi, baseado na história original de Guinax, é muito divertida ao focalizar idiossincrasias de colegiais, especialmente Shinji Hikari, que é filho do Comandante Hikari mas pouco sabe das atividades do pai; Azuka Langley Soryu, sua colega e amiga, e a nova aluna, Rei Ayanami. A situação formada é hilária: Shinji e Asuka correm pela rua, pois estão quase atrasados para o colégio, e Shinji choca-se com a desconhecida Rei, que, caída no chão, acha que Shinji viu demais. Como todo mundo está com pressa, o incidente parece terminar aí. Mas quando a garota aparece na turma, apresentada como a nova aluna pela Professora Katsugari, o barraco recomeça: reconhecendo Shinji, Rei o chama de pervertido e Asuka, indignada, toma a defesa do colega. A discussão é bem forte na frente da professora, mas Rei se entende com Shinji quando vários são convocados pela NERV ali perto. Por não conhecer o caminho Rei praticamente sequestra Shinji puxando-o pelo braço e afastando-o de Asuka. Ou seja, a história de algo extremamente dramático é recontada em forma de comédia – pelo menos nos dois capítulos que compõem este primeiro volume.

 

Rio de Janeiro, 29 de abril de 2022.