“X” volume 7: os onirismos continuam
“X” volume 7: os onirismos continuam
Miguel Carqueija
Cada vez fica mais claro que “X” não passa de uma maluquice apocalíptica. Cenas fortes e cruas de corpos esquartejados (não é mangá para crianças e adolescentes) e repetições obsessivas sobre o fim do mundo e a decisão sobre o destino da Terra — tudo a um nível esotérico avassalador e a constante intromissão de cenas oníricas. Por que Kotori se vê num longo sonho onde sua mãe, transformada em sereia, conversa com ela? O que quer dizer isso? E essa história de “dragões da Terra”, “dragões do Céu”, “sete selos” e “sete anjos”, além de referência ao Apocalipse traz sem dúvida elementos de religião ou religiões do Extremo Oriente, mas de forma confusa.
Resenha do volume 7 de “X”, da CLAMP, “Sorata x Arisugawa”. Editora JBC, São Paulo-SP, sem data. Editora Kadokawa, Tóquio, Japão, 1992. Tradução: Arnaldo Massato Oka. História e roteiro: Nanase Ohkawa. Desenhos: Mokona Apapa. Direção de arte: Mick Nekoi. Assistente de arte: Satsuki Igarashi. Capa de Mokona Apapa.
“Eu ainda não estou entendendo nada!”
(Shirou Kamui)
“Talvez haja mais de um Kamui.”
(Kanoe)
“Por que você deseja a destruição deste mundo?”
(Hinoto para Kanoe)
“As pessoas que têm relação com o fim do mundo estão chegando a Tóquio para decidir o futuro da Terra.”
(Kanoe)
A idéia, já expressa antes, de que possam existir “dois Kamuis” remete à idéia do duplo, ou “doppelganger”, como em Edgar Allan Poe ou no seriado “Kurokami”. O duplo de Kamui ainda não apareceu, mas certamente vai aparecer. Ao longo deste volume 7 a destruição já começa em Tóquio, com um terremoto no distrito de Nakano. Percebe-se que existem forças sobrenaturais que trabalham pela destruição da Terra. E que a luta para salvar a Terra haverá de ser muito dura.
Rio de Janeiro, 9 de março de 2022.