X volume 3: a guerra invisível
X volume 3: a guerra invisível
Miguel Carqueija
O traço de Mokona Apapa mostra personagens alongados, algo desproporcionais, embora ela saiba desenhar. Neste volume 3 os personagens esquisitos continuam se acumulando, enquanto perpassa a premonição de que algo terrível vai acontecer com a Terra e com a raça humana quando da virada do século. Detalhe: os séculos e milênios, bem como as décadas, terminam no ano zero e não no ano nove. Aqui, porém, se anuncia o fim do mundo para 1999.
Um rebuliço ocorre com o roubo da “espada divina” que era guardada no Templo Togakushi, pelo sacerdote que era o pai de Fuuma e Kotori, que foi assassinado ao tentar proteger o objeto. Entra em cena Satsuki, uma jovem que penetra em qualquer sistema de computação de forma paranormal, buscando uma pista do ladrão. E todo mundo acha que sabe sobre o Kamui e sua missão, menos ele. Aliás Kamui parece tudo menos um verdadeiro herói, a julgar por esta declaração: “Eu mato todos aqueles que atravessam o meu caminho. Não importa quem sejam”.
Resenha do volume 3 de “X”, da CLAMP, “Kanoe”. Editora JBC, São Paulo-SP, sem data. Editora Kadokawa, Tóquio, Japão, 1992. Tradução: Arnaldo Massato Oka. História e roteiro: Nanase Ohkawa. Desenhos: Mokona Apapa. Direção de arte: Mick Nekoi. Assistente de arte: Satsuki Igarashi. Capa de Mokona Apapa.
“Kamui, querendo ou não, a batalha já começou.”
(Sorata Arisugawa)
“Kamui, eu entendo que você não confia em ninguém depois de perder a sua mãe e ver morta uma pessoa querida. Mas – a realidade não espera por ninguém! Vai ser muito ruim se você não compreender que o destino da humanidade está sobre os seus ombros!”
(Sorata Arisugawa)
“Finalmente começou, Kamui, a batalha que irá decidir o destino da humanidade.”
(Sorata Arisugawa)
“Uma visão (onírica) de Tóquio destruída encerra o volume 3. O argumento da saga ainda não está muito claro, exceto que há um bom número de paranormais em entrechoque e que o mundo está ameaçado de destruição. Resta saber por quanto tempo Kamui permanecerá apático e mal-humorado, sem decidir o que vai fazer ou deixar de fazer. E aparece dessa vez um “mestre dos ventos”, Seiichi Aoki, que trabalha numa editora. Por mais bizarros que pareçam os personagens, eles estão inseridos no mundo real.
Rio de Janeiro, 5 de janeiro de 2022.