Deprecatório de um jovem
O sol se foi, era pra ser apenas mais uma noite se não fosse o frio e a desolação que toca meu corpo me fazendo sentir calafrios.
Seria notória minha mentira caso eu dissesse que isto é apenas uma das poucas vezes que acontece, é uma rotina intensa e dominadora, tão possessiva quanto um remoinho ao tragar um barqueiro distraído. Fico a pensar na angústia que inocentemente permito habitar meu âmago, eu queria ter coragem de expulsá-la mas ainda assim precisaria ter forças para unir com meu desejo incessante e ter pelo menos uma remota chance de vencer a batalha onde lutaria contra meus sentimentos para obter paz interior. Meu estado de atividade funcional vegeta numa escuridão provavelmente perpétua que me faz desacreditar que exista um mundo onde as pessoas se amam e este amor não é traiçoeiro e nem enganador, as pessoas me fazem sofrer, suas atitudes me encurralam e me deixa temeroso, desprotegido e desorientado; posso até seguir em frente mas não sei onde chegarei e se chegarei a algum lugar, não sei se o caminho que estou seguindo realmente me leva adiante ou se simplesmente me conduz aos momento decorridos.