NAUSICAA DO VALE DO VENTO volume 2: as complicações da guerra

Indo para a guerra com um grupo do Vale do Vento, acompanhando o exército de Torumekia chefiado pela Princesa Kushana, Nausicaa age em cumprimento a antigo tratado entre o Vale do Vento e Torumekia. Entretanto isso vai contra a sua natureza. Ao entrar em contato com os Doroks e conhecer a guerra mais de perto além da amizade com Asbel de Pejite, Nausicaa compreende enfim o horror que existe nas guerras.

Conrad Editora, São Paulo-SP, 2006. Nibariki, Japão, 1983. Título original: "Kaze no Tani no Nausicaa", volume 2; roteiro e arte: Hayao Miyazaki. Tradução: Dirce Miyamura.

"Que tolice. Por que estamos em guerra? O que estou fazendo aqui?"
(Nausicaa)

"Eu não sabia nada sobre o verdadeiro significado de uma guerra..."
(Nausicaa)

"É um erro pensar que a guerra estará longe de suas terras para sempre. O Vale do Vento também será um campo de batalha."
(Asbel)

"É uma boa menina... um espírito gentil e uma grande ferocidade compõem sua personalidade única... espero que não desperdice a vida."
(Abade dos Doroks)

"Não sei o que está para acontecer... mas uma coisa muito maligna está sendo planejada em algum lugar. E aquilo foi o primeiro sinal."
( Nausicaa)

"Ela consegue ver muito mais longe que nós." 
(Mito)

"Nesta era os homens já não podem usufruir as riquezas do mar, porque ele se tornara o receptáculo final de toda a poluição produzida no planeta..."
(Lord Yupa)

"A profecia se confirmou... A Redentora que conduzirá a humanidade para um mundo puro e cristalino já surgiu. Ela ama a natureza, fala com todos os seres vivos e chama os ventos como um pássaro... Ela surgirá usando uma vestimenta azul no meio de um campo dourado. Ela será o elo que trará de volta a união perdida entre a natureza e o homem."
(Abade dos Doroks)

A grandiosidade e a complexidade da saga de Nausicaa, a Princesa do Vale do Vento, desafia análise. Num mundo de mil anos no futuro, uma humanidade decadente e com o progresso técnico freado, tem menos poder que os ohmus, os insetos gigantes incapazes de voar mas capazes de arrasar civilizações. Mesmo assim os reinos e impérios que se formaram após a Guerra dos Sete Dias de Fogo lutam entre si num grande jogo de interesses.
Nausicaa, com um grupo do Vale do Vento, foi à guerra acompanhando Kushana, do Império Torumekia, para atender o antigo tratado entre os dois estados: o Vale do Vento devia apoiar Torumekia nas guerras. Mas após conhecer Asbel, de Pejite, e o Abade dos Doroks, Nausicaa percebe a verdadeira substância das guerras, sua inutilidade, e resolve lutar pela paz.
Cenas emocionantes perpassam a história. Ketya, dos Doreks, com sua lealdade ao Abade, é uma personagem notável. O espadachim, Lord Yupa, mestre e amigo de Nausicaa, é uma figura majestosa quando, sozinho, intimida todo um bando de soldados - só com a sua fama. Nausicaa aos poucos encontra sua vocação e seus poderes e tem um primeiro contato com seu grande inimigo, o Imperador de uma confederação da qual faz parte Dorok - e o Abade paga com a vida por se opor a ele. 
Neste volume também morre Jihl, o Rei do Vale do Vento e pai de Nausicaa. Sem ter conhecimento disto a jovem heroína segue numa jornada em busca da verdade pois pressente uma grande ameaça que está se abatendo na Terra. Ao reencontrar Kushana de Torumekia, apesar de suas filosofias diferentes elas conseguem uma espécie de entendimento.
E a saga continua.

Rio de Janeiro, 22 a 26 de dezembro de 2020.