NISEKOI volume 6: quiproquós em série

NISEKOI volume 6: quiproquós em série
Miguel Carqueija


Resenha do volume 6 de “Nisekoi” ("Namoro falso"), mangá de Naoshi Komi. Editora Panini, Barueri-SP, novembro de 2017. Editora Shueisha, Tokyo, 2011. Tradução: Lídia Ivasa.

No fundo o enredo de Nisekoi se baseia no pingente com fechadura, que, com sua respectiva chave, faz parte de uma jura amorosa feita por duas crianças — o garoto Raku Ichijou e uma garota que pode ser Chitoge Kirisaki, Kosaki Onodera ou Marika Tachibana. Ninguém lembra claramente quem foi, embora as três tenham na infância feito uma promessa com algum garoto, envolvendo a chave e a fechadura.
É inverossímil, mas a base da trama. Raku na verdade gosta da Onodera, mas esta se considera sem chance, por causa do namoro deste com Chitoge. Porém este é um namoro falso imposto pelos pais de ambos, por serem chefes de yakuza, para impedirem uma guerra entre as duas gangues. Quanto a Tachibana, julga-se prometida a Raku há já uns dez anos.
O que terá havido, dez anos atrás, nesse quadrado amoroso?


“Mas... amor... será que é isso mesmo? Mas justo por aquela ameba? Tá certo que, ultimamente, ele não tem parecido tão ruim... mas isso significa... que eu gosto dele?”
(Chitoge Kirisaki)

“Se por acaso, a gente namorasse de verdade... você acha que nos daríamos bem?”
(Chitoge Kirisaki)

“Dizem que quando você se apaixona, o mundo parece diferente.”
(Chitoge Kirisaki)


Apesar do exagero de algumas cenas, “Nisekoi” conta uma história que prende a atenção. Neste volume Chitoge descobre que, apesar de todas as aparências em contrário, ela ama Raku Ichijou, aquele rapaz assustado com o desastroso relacionamento entre ambos, obrigados pela política dos pais mafiosos a fingir serem namorados, não obstante viverem brigando até com agressão física de Chitoge contra ele.
Mesmo assim, dada a inconsistência das brigas, era provável que acabasse surgindo o amor. E para complicar mais a situação, Raku e Chitoge acabam tendo de fazer os papéis de Romeu e Julieta (!) numa peça escolar. A confusão em torno dessa peça é homérica e a peça acaba sendo uma comédia pastelão.

Rio de Janeiro, 6 de outubro de 2020.