WITCH, um número didático
WITCH, um número didático
Miguel Carqueija
Já tive ocasião de resenhar os dois mangás de “Witch” lançados no Brasil pela “On line Editora” (Disney Mangá) onde a saga é interrompida. Infelizmente o absurdo aconteceu: a história não termina e é dada como terminada.
Dentro do universo “Witch” encontrei recentemente no sebo da Eldorado uma revista da Edelbra que não é quadrinho nem texto mas um tipo de caderno com observações didáticas em torno da vida de cinco adolescentes modernas, independente do fato de serem bruxinhas.
Resenha da revista “100 magias para guardar segredos”, dentro de “Os livros secretos”. Edelbra, Disney, Erechim-RJ, 2002. Tradução: André João Rypl.
Uma pena que as cinco bruxinhas — Taranee, Irma, Cornelia, Hay Lin e Will — não tenham suas origens (autoria) creditadas neste volume! Sabemos que a série “Witch” (bruxa) surgiu na Itália em criação de Elizabetta Gnone em 2001, mas logo foi comprada pela editora japonesa Kodansha e acabou distribuída pela Disney.
Este volume, porém, com ilustrações, quadros e questões, é apenas uma distração onde o quinteto de bruxinhas cuida apenas do dia-a-dia, sem se preocuparem com monstros de outra dimensão.
Veja-se por exemplo o capítulo oito, “Unidas venceremos!”, que começa com o subtítulo “Vida de bruxinha”. No Instituto Sheffield, Will conta a Cornelia que em sua mesa apareceu um bilhete assinado com um M maiúsculo, convidando-a para tomar sorvete depois da aula (tão inocente assim). E vejam como Will reage:
“Genial! Eu estava tão contente que eu queria começar a gritar e pular na frente de todo mundo! Eu acho que estou sonhando!”
Aí surge o problema quando duas fofoqueiras da classe resolvem seguir Will para descobrir com quem é o encontro (tinham visto o bilhete). Will não queria que soubessem que era o Matt. As outras quatro bolam um plano para distrair as “vilãs” Grumper e assim permitir a Will ir paquerar em paz.
Aí vem a lição de moral, supostamente dada pela jóia mágica, o tal “Coração de Kandrakar”:
“Um grupo de torna forte por causa da força dos laços de amizade que unem os seus integrantes. É por isso que você pode confiar os seus segredos às suas amigas e ficar tranquila sabendo que elas vão guardar esses segredos como se fossem os delas mesmas.
Além disso, o ato de compartilhar os segredos ajuda a tirar o peso de cada uma, pois vocês sabem que podem contar com amigas que as conhecem de verdade. Isso é o que vai deixar vocês cada vez mais próximas, de um jeito muito especial.”
Essas mensagens edificantes sobre amizade, lealdade e outros valores perpassam a revista, nesse tom de ingenuidade.
Rio de Janeiro, 5 de agosto de 2020.
WITCH, um número didático
Miguel Carqueija
Já tive ocasião de resenhar os dois mangás de “Witch” lançados no Brasil pela “On line Editora” (Disney Mangá) onde a saga é interrompida. Infelizmente o absurdo aconteceu: a história não termina e é dada como terminada.
Dentro do universo “Witch” encontrei recentemente no sebo da Eldorado uma revista da Edelbra que não é quadrinho nem texto mas um tipo de caderno com observações didáticas em torno da vida de cinco adolescentes modernas, independente do fato de serem bruxinhas.
Resenha da revista “100 magias para guardar segredos”, dentro de “Os livros secretos”. Edelbra, Disney, Erechim-RJ, 2002. Tradução: André João Rypl.
Uma pena que as cinco bruxinhas — Taranee, Irma, Cornelia, Hay Lin e Will — não tenham suas origens (autoria) creditadas neste volume! Sabemos que a série “Witch” (bruxa) surgiu na Itália em criação de Elizabetta Gnone em 2001, mas logo foi comprada pela editora japonesa Kodansha e acabou distribuída pela Disney.
Este volume, porém, com ilustrações, quadros e questões, é apenas uma distração onde o quinteto de bruxinhas cuida apenas do dia-a-dia, sem se preocuparem com monstros de outra dimensão.
Veja-se por exemplo o capítulo oito, “Unidas venceremos!”, que começa com o subtítulo “Vida de bruxinha”. No Instituto Sheffield, Will conta a Cornelia que em sua mesa apareceu um bilhete assinado com um M maiúsculo, convidando-a para tomar sorvete depois da aula (tão inocente assim). E vejam como Will reage:
“Genial! Eu estava tão contente que eu queria começar a gritar e pular na frente de todo mundo! Eu acho que estou sonhando!”
Aí surge o problema quando duas fofoqueiras da classe resolvem seguir Will para descobrir com quem é o encontro (tinham visto o bilhete). Will não queria que soubessem que era o Matt. As outras quatro bolam um plano para distrair as “vilãs” Grumper e assim permitir a Will ir paquerar em paz.
Aí vem a lição de moral, supostamente dada pela jóia mágica, o tal “Coração de Kandrakar”:
“Um grupo de torna forte por causa da força dos laços de amizade que unem os seus integrantes. É por isso que você pode confiar os seus segredos às suas amigas e ficar tranquila sabendo que elas vão guardar esses segredos como se fossem os delas mesmas.
Além disso, o ato de compartilhar os segredos ajuda a tirar o peso de cada uma, pois vocês sabem que podem contar com amigas que as conhecem de verdade. Isso é o que vai deixar vocês cada vez mais próximas, de um jeito muito especial.”
Essas mensagens edificantes sobre amizade, lealdade e outros valores perpassam a revista, nesse tom de ingenuidade.
Rio de Janeiro, 5 de agosto de 2020.