O USO DE COMPUTADOR NA ESCOLA COMO RECURSO PEDAGÓGICO
Por: Ana Paula de Oliveira Gomes e Pedro Henrique Alves Silva.
O texto examinado integra cartilha divulgada pelo governo federal em 2009. Encontra-se das páginas 36 a 57 do CURSO TÉCNICO DE FORMAÇÃO PARA OS FUNCIONÁRIOS DA EDUCAÇÃO.
A embriogenia do assunto investigado, no Brasil, remonta à década de 1970. As primeiras pesquisas sobre o uso do computador nas escolas ocorreram na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), na Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRS). Há inexorável interdependência entre o processo de formação tecnológica e a pesquisa social.
Inicialmente, o computador era compreendido como peça meramente auxiliar no processo de ensino. Hoje, há inúmeros softtwares educacionais. Intenciona-se, mediante uso do computador na escola, ensinar-aprender ludicamente sobre conteúdos programáticos das mais distintas ordens. Como recurso didático, pode estimular a curiosidade e a criatividade do ator cognoscente.
Em tese, essa tecnologia educacional viabiliza a intensificação de pesquisas; apresentações diversas sobre os conteúdos explorados nos laboratórios de informática/videotecas; gravação de áudios e vídeos. O universo de aprendizagens é infinito.
Por outro lado, a utilização da “ferramenta” desafia maior participação e engajamento das famílias para que, efetivamente, o real objetivo de aprendizagem seja atingido nas disciplinas e/ou mediante projetos educacionais. Ideias básicas nessa perspectiva: verificar, discutir, integrar e envolver as famílias.
Sequências didáticas podem (e devem) ser ministradas com o apoio computacional, o que se mostra a serviço do aperfeiçoamento/aprimoramento da prática docente: produção de textos, desenhos, visitar museus. Com esse propósito, é preciso aprender a selecionar informações. No terceiro milênio, os recursos tecnológicos “derrubam muros”, o que deve estar em sintonia com a proposta pedagógica organizacional.
É preciso problematizar a tecnologia em termos de pedagogia da autonomia, motivação, concentração, tudo com o propósito de evitar indesejáveis desvios dos educandos (como falta de concentração) dos trabalhos escolares.
Sob outro ângulo, não se olvide que a utilização dessas mídias requesta atenção máxima em razão do estado de calamidade pública em que, por exemplo, a TV brasileira se tornou. A qualidade da programação da TV aberta é sofrível – em que pese exceções à regra a exemplo da proposta qualitativa capitaneada pela TV ESCOLA (oásis no deserto nacional).
O fato é que, no Brasil dos últimos vinte (20) anos, as distintas mídias exercem péssima influência moral sobre as crianças e adolescentes – verdadeiro atentado contra o Estatuto da Criança e do Adolescente (alicerçado na doutrina da proteção integral). Internet, celulares com múltiplos recursos e redes sociais devem ser mecanismos a favor da formação de protagonistas históricos – e não de escravos tecnológicos.
Os estímulos audiovisuais não podem (nem devem) inibir o encantamento, por exemplo, com a leitura de um livro físico. A verdadeira aprendizagem se encontra na interação entre o mundo real e o mundo imaginado.
O uso do computador como recurso pedagógico desafia, pois, o recrudescimento dos mecanismos de planejamento, notadamente, a respeito de adequações metodológicas, público-alvo e referencial teórico a ser explorado. O imprescindível ponto de partida é a experiência dos estudantes, com aulas desafiadoras e transversalidade dos eixos temáticos.
Finalmente, o texto apresenta modelos de avaliação de softwares educacionais; diagnóstico do aluno sobre o uso do computador; avaliação da informática educativa. Completa-se, assim, o ciclo elementar de planejamento, avaliação, direção e controle.
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