Novo Esquadrão Suicida # 1-3, arco "Monstros: uma aproximação à qualidade dos tempos de Adam Glass, mas...
Novo Esquadrão Suicida, edições 1-3 (publicação da Panini/DC), que encerra o arco "Monstros". Na história, o esquadrão precisa se infiltrar numa organização terrorista, mas as coisas se complicam quando o membro Arraia começa a simpatizar com os ideais do grupo hostil, colocando em risco a missão. Gostei, mas confesso que não esperava muito. As histórias do Novo Esquadrão Suicida estavam sendo publicadas na última série do Arqueiro Verde (foram 7 números) e não me empolgaram muito. Temos, portanto, dez edições, sendo essas três as melhores.
O grande problema das histórias do Esquadrão Suicida é a falta de regularidade na roteirização. O volume 4 (publicado em meados de 2014), que teve umas 30 revistas, começou bem, sendo roteirizado por Adam Glass e vários ilustradores se revezando. O tom adulto, violento e com uma boa dose de humor negro, tornavam a publicação uma das melhores da DC Comics. Contudo, nos meses seguintes, a DC mexeu no roteirista, substituindo Adam Glass por Ales Kot, e a coisa começou a desandar. Não que Kot fosse ruim, mas cada roteirista quer dar seu próprio tom para a história, priorizando certos personagens, em detrimento de outros. Personagens interessantes como El Diablo e Tubarão Rei (hilário), por exemplo, foram simplesmente esquecidos/negligenciados. Quando Kot foi substituído por Matt Kindt, responsável pelo fraco arco "Mal Eterno", o estrago já estava feito.
Por causa disso, a iniciativa de se fazer esse Novo Esquadrão Suicida que, embora não tenha apresentado o mesmo brilho da época Glass, apresenta alguns bons momentos nas primeiras edições (quase sempre relacionadas à personagem Arlequina) e nesse última arco em questão, "Monstros", que é bem interessante. Contudo, apresenta também, esse novo volume, os mesmos problemas mostrados no volume 4 como, por exemplo, a perda de foco em alguns personagens (os morcegos-humanos que apareceram nas primeiras edições e/ou a Filha do Coringa) ou o mal aproveitamento de outros personagens (Parasita, Pistoleiro, etc.).
O grande destaque dessa edição é sem dúvida, Arlequina. É da personagem os melhores momentos, apresentando insanidade, violência e um humor doentio. Chama a atenção a diferença entre essa Arlequina e a Arlequina presente na publicação própria da personagem. Lá, a personagem possui um tom demasiado "bonzinho" e "bobinho", totalmente dispare do Novo Esquadrão Suicida. São duas personagens diferentes com o mesmo nome, pode-se afirmar.
Enfim, dou 4 estrelas pois esse arco, como dito, me lembra bastante o início do volume 4, em termos de qualidade... mas ainda sinto falta de uma regularidade nos roteiros e na arte, que muda sempre... um velho problema da DC (e da Marvel também) dada à dificuldade de se contratar artistas por longos períodos.
(BRIONES, Philippe; RYAN, Sean: arte de Philippe Briones; cores de Blond (Kevin Senft); letras de Gisele Emann Tavares; roteiro de Sean Ryan; tradução de Daniel Lopes e Rodrigo Oliveira. Novo Esquadrão Suicida # 1-3. Barueri: Panini (DC Comics), abril-junho de 2016, 44 páginas em média)
P.S.: Resenha escrita em 2016.