Sobre o capítulo 4 – “Sequências didáticas para o oral e a escrita: apresentação de um procedimento” organizado por Joaquim Dolz, Michele Noverraz e Bernard Schnauwly do livro “Gêneros orais e escritos na escola” traduzido e organizado por Roxane Rojo
O texto em questão propõe o ensino da expressão oral e escrita mediante a didatização sequencial dos gêneros textuais em qualquer língua materna, compatível à escolaridade obrigatória com textos verbais e não-verbais que possam despertar o interesse dos estudantes em suas leituras e produções textuais. Tal procedimento deve ser modular “para permitir uma diferenciação do ensino”, favorecendo enfim a elaboração de projetos de classe.
De acordo com os autores, a estrutura de base de uma sequência didática deve ser elaborada, obedecendo as seguintes fases: apresentação da situação de comunicação; produção inicial; os módulos (divididos em quantos forem necessários); e a produção final. A primeira fase (apresentação da situação) deve ser desmembrada nas seguintes etapas: escolha do gênero; destinatário; “como será”; produtor. Nesse sentido, no contexto escolar, o professor deve determinar o gênero textual, a quem esse texto será dirigido (público-alvo) aos alunos da turma, aos alunos de outras turmas, à direção da escola, à comunidade escolar (as famílias dos alunos); como fazer e os produtores textuais: todos os alunos, apenas alguns, dividir os alunos em grupos, em dupla, individualmente.
Na fase modular, a aquisição de tal competência deverá ser trabalhada com exercícios diversificados e diferenciados em níveis com base nas dificuldades específicas dos estudantes tendo como referência a produção textual inicial. Nessa perspectiva, o professor terá as ferramentas e uma situação propícia para efetuar uma avaliação formativa e, ao mesmo tempo, processual porque a produção e a participação dos alunos serão avaliadas levando em consideração todos os módulos e cada um deles até a produção textual final. A produção textual final, a divulgação deles em um evento (não apoteótico) mas concatenado com o propósito do projeto e a necessidade espontânea relacionada à finalidade do gênero textual trabalhado podem ser considerados a culminância do referido projeto.
Em alguns livros didáticos brasileiros da disciplina Língua Portuguesa (ensino fundamental / anos finais), percebe-se a inclusão dos gêneros textuais pautando a divisão dos capítulos e dos conteúdos programáticos. Neles, até sugestões de projetos e situação de comunicação são apresentados para o professor. Em anos anteriores, a divisão dos capítulos e dos conteúdos programáticos ficavam por conta da metalinguagem gramatical. Estamos avançando.